Em meio a tantas incertezas que atravessamos com a COVID-19 no Brasil, é sempre importante manter o olhar sobre as economias que já estão dando sinais de recuperação.

China, Coreia do Sul e Japão estão entre as principais forças que já recomeçam a estimular seus mercados para evitar um mergulho ainda mais profundo na recessão.

Pensando em divulgar medidas que vêm dando certo, aproveitamos um estudo publicado pela Harvard Business Review com 5 soluções encontradas por empresas chinesas de diferentes segmentos e portes.

Manter o otimismo já idealizando ações que podem ajudar o Brasil a se reerguer economicamente é fundamental. Com o esforço de todos, temos certeza, sairemos ainda mais fortes deste período.

Confira!

1.      Mantenha o olhar otimista e reformule os esforços

As trajetórias das crises econômicas são dinâmicas e isso requer olhar constante dos planos estratégicos. Este período pode ser definido em 7 etapas:

  1. Incerteza
  2. Descoberta e reconstrução de sentido
  3. Planejamento
  4. Resposta à crise
  5. Estratégia de recuperação
  6. Estratégia pós-recuperação
  7. Aprendizado

A atuação em cada etapa deve ser rápida e precisa contar com facilitadores de processos internos para auxiliar nas decisões.

Na China, as empresas mais proativas para se antecipar às mudanças foram as que se recuperaram mais rapidamente.

Um exemplo dessa adaptação foi a Master Kong, empresa de macarrão instantâneo e bebidas do país. Revisando a dinâmica diariamente para reorientar os esforços, a empresa conseguiu antecipar em 60% o abastecimento de lojas e supermercados.

Para isso, desviou o foco dos grandes canais de varejo offline para o online-offline, além de apostar em canais como o comércio eletrônico e lojas de vizinhança.

O resultado foi uma recuperação fantástica de 50% após poucas semanas do fim do surto.

2.      Abordagens colaborativas de baixo para cima para complementar as ações da liderança

Respostas rápidas e coordenadas exigem uma liderança de cima para baixo. Mas a atuação em diferentes dinâmicas e comunidades pode exigir atuação descentralizada.

A soma das duas diferentes abordagens trouxe eficiência para as empresas que precisam concorrer em diferentes regiões.

Um exemplo desse processo foi a Huazhu, que opera 6 mil hotéis em 400 cidades chinesas. A empresa organizou uma força tarefa com informações que eram disseminadas de cima para baixo em toda a cadeia.

Depois disso, utilizou uma plataforma de comunicação interna para que essas informações alcançassem franqueados e colaboradores mais distantes que, por sua vez, adaptaram as informações conforme as necessidades de suas regiões de atuação.

3.      Realocação flexível do time para atividades mais relevantes

Nas empresas de segmentos mais afetados, como restaurantes, os colaboradores não conseguiam exercer suas atividades com regularidade. Não havia público.

Para não os demitir, algumas empresas realocaram esses profissionais para novas atividades com alto valor no negócio e até criaram ações de colaboração liberando esses empregados para trabalhar em empresas parceiras.

Um exemplo foi a união de mais de 40 restaurantes que decidiram ceder seus profissionais para atuar na Hema, uma rede de supermercados que precisava urgentemente de profissionais para entregas, já que a demanda por compras online saltou durante o período de isolamento.

Foi uma forma de manter a economia girando e não aumentar o índice de desemprego no país.

4.      Atenção aos novos hábitos de consumo após a pandemia

Alguns hábitos adotados durante a pandemia permanecerão e vão demandar novas necessidades do mercado.

A China já acumula experiências com a pandemia de SARS que, em 2002, trouxe a necessidade de adaptação rápida do consumidor ao comércio eletrônico no país.

Quanto à COVID-19, ainda não houve tempo suficiente para dizer quais serão os novos hábitos adotados pelos consumidores, mas algumas tendências já se mostram fortes.

Entre elas, a implementação da educação online, a evolução dos serviços de saúde e o aumento nos canais digitais B2B.

Um exemplo veio de uma fabricante chinesa que atua globalmente fabricando e distribuindo chocolates e guloseimas. A empresa cancelou suas campanhas no ambiente offline para apostar totalmente no online e tirar proveito da relação aquecida dos consumidores com esses canais.

Além disso, há evidente crescimento no uso do QR Code em campanhas publicitárias e programas de TV ao vivo, o que pode reavivar esse mecanismo que integra o on e o offline.

5.      Oportunidades em meio às adversidades

Ainda que a crise tenha afetado a maioria das empresas chinesas, houve boas adaptações das empresas em um nível mais granular.

Segmentos como o comércio eletrônico B2B, serviços de reuniões remotas, produtos de higiene e seguro de saúde tiverem relativo destaque com aumento da demanda em meio ao período de pandemia.

Um exemplo foi a Kuaishou, uma plataforma de vídeos que promoveu ofertas de educação on-line para compensar o fechamento de escolas e universidades. Em parceira com o Ministério da Educação, a empresa abriu diversas salas de aula digitais que alcançaram todo o país.

Outro exemplo interessante foi uma cadeia de restaurantes que entregava pratos semiprontos com ingredientes frescos para o preparo na casa do consumidor, mantendo o emprego de seus colaboradores e minimizando a queda nas vendas.

Perceber as mudanças no comportamento do público e manter a atenção em novas demandas é o que pode fazer a diferença na retomada da crise econômica.

Além disso, a adoção de novas tecnologias e modalidades de trabalho, como o home office, pode ajudar na contenção de despesas e na adaptação a um novo cenário. Essas são lições que podem e devem ser observadas em países que já apontam recuperação.

Desde já, vale observar o comportamento interno do seu time para que todos estejam com máxima motivação na recuperação da empresa. Confira o artigo: como a quarentena pode despertar o que há de melhor no seu time e mantenha sua empresa pronta para a retomada.  

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