Em 28 de junho é comemorado o Dia do Orgulho LGBTQ+, mas você sabe o porquê? Apesar de algumas pessoas acharem que é apenas um momento de festa, ele na verdade marca uma data importante, além de simbolizar a luta pelos direitos e a união das pessoas da sigla.

Entenda como tudo começou e por que você, mesmo que não faça parte da sigla, também deveria apoiá-lo!

A revolta de Stonewall

Na década de 60, os LGBTQ+ eram marginalizados, considerados criminosos. Existiam, inclusive, propagandas anti-gay, além de tratamentos que buscavam a “cura gay” que incluíam eletrochoques e até lobotomia.

A homossexualidade era considerada uma doença e qualquer pessoa que fosse descoberta homossexual, bissexual ou transgênero, podia ser internada nessas clínicas psiquiatras, renegadas pela família, sem emprego e com imagem negativa perante a sociedade.

Stonewall Inn

Neste período, funcionava em Nova York, nos Estados Unidos, um bar chamado Stonewall Inn. Localizado no Greenwich Village, um bairro que era ponto de encontro da população LGBTQ+, ele era comandado pela máfia, que pagava propina para que os policiais não fizessem batidas com tanta frequência no local, apesar de elas ainda acontecerem.

O interesse da máfia era no dinheiro, afinal, as bebidas comercializadas lá eram mais caras, já que eles proporcionavam a possibilidade dessa parte marginalizada da população se reunir.

Eles adicionavam água na bebida para que elas rendessem mais, além de violar regulamentações de higiene e saídas de emergência. Não era um local em que se escolhia frequentar, mas era um dos únicos lugares de aceitação da população gay, principalmente “drag queens”, transgêneros e pessoas com disforia de gênero evitadas na maioria dos outros bares.

A batida policial que despertou os conflitos

Porém, no dia 28 de junho de 1969, nove policiais da Divisão de Moral Pública de Nova York entraram no Stonewall Inn. Eles prenderam funcionários por venda não licenciada de álcool e espancaram muitos dos clientes.

Na época, havia uma lei de Nova York que autorizava a prisão de qualquer pessoa que não usasse pelo menos três artigos de roupas “adequadas ao gênero” em público, o que levou a polícia a prender vários clientes do bar, sob suspeita de serem travestis.

O Stonewall Inn foi o terceiro bar gay de Greenwich Village a ser invadido pela polícia em menos de um mês. Embora os ataques anteriores tenham terminado de forma pacífica, a situação fora do Stonewall Inn logo se tornou violenta.

Acontece que, ao invés das pessoas se dispersarem, como acontecia normalmente, elas ficaram paradas do lado de fora, juntamente com espectadores curiosos. Então, quando os clientes do bar começaram a ser forçados a entrar na van da polícia, as pessoas que estavam lá começaram a revidar, atirando garrafas e protestando. Agora já eram 400 pessoas furiosas com a situação. Eles violaram a barricada policial e incendiaram o clube. Mesmo que depois a polícia tenha controlado o fogo e dispersado a multidão, não havia mais volta: essas pessoas sentiram-se parte de um todo e estavam dispostas a lutar.

Seis dias de motins e protestos

A notícia sobre Stonewall se espalhou por Greenwich Village e as pessoas visitaram o local incendiado. Começaram a surgir pichações com dizeres como “drag power”, “gay power” e “legalize os bares gays”.

No dia seguinte ao incêndio o bar abriu e, mesmo carbonizado, pessoas LGBTQ+ e simpatizantes do movimento se reuniram para protestar. A multidão cercou ônibus e carros que passavam pelo local e incendiou latas de lixo. A polícia novamente interveio, usando gás lacrimogêneo, espancamento com cassetetes. Por volta das 4h da manhã, os manifestantes se dispersaram.

Ativistas gays se reuniram e espalharam panfletos pedindo ajuda à comunidade durante três noites. Apesar das tensões, eles não conseguiam impedir os protestos em massa. No dia 2 de julho, o jornal Village Voice cobria os eventos em Stonewall e publicou uma matéria homofóbica.

Os manifestantes cercaram os escritórios e ameaçavam incendiar o local. Foi um evento curto, mas violento. Lojas foram saqueadas, manifestantes e policiais ficaram feridos e cinco pessoas foram presas.

O início da Parada do Orgulho LGBTQ+

A revolta de Stonewall acendeu a chama pelos direitos dos LGBTQ+ e as pessoas da sigla começaram a entender que juntas ganhavam voz para pedir mudanças. Nasceram grupos de direitos gays como a Gay Activists Alliance e a Gay Liberation Front.

No ano seguinte, no dia 28 de junho de 1970, ativistas gays fizeram a Marcha de Libertação da Rua Christopher para destacar a primeira Semana do Orgulho Gay da cidade. Ela reuniu milhares de pessoas, em cerca de 15 quarteirões da cidade.

Aos poucos, celebrações do orgulho gay foram se espalhando e hoje são comemoradas em todo o mundo. No Brasil, a primeira Parada do Orgulho Gay aconteceu somente em 1977 e reuniu cerca de 2 mil pessoas. O tema central foi “Somos muitos, estamos em várias profissões”.

No entanto, a data só entrou para o calendário oficial da cidade em 1999, com o nome Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros). Atualmente, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo é considerada a maior do mundo, chegando a reunir 4,5 milhões de pessoas em 2012.

Por conta da pandemia de COVID-19, a última vez que ela ocorreu presencialmente foi em 2019, quando foi comemorado os “50 anos de Stonewall”. Em 2020 ocorreram eventos online e, em 2021, novamente a comemoração ocorrerá de forma virtual. O tema será “HIV/Aids: ame +, cuide +, viva +”.

Agora que você já sabe a importância deste tema, compartilhe com seus amigos e familiares, ajude a população LGBTQ+ a lutar pelos seus direitos!

Confira também a nossa campanha do Mês do Orgulho LGBT+! 

Fonte: ToughtCo.

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