Julho é o mês de conscientização sobre as hepatites virais, conhecido como Julho Amarelo. Nós estamos compartilhando informações sobre o tema e já fizemos o artigo sobre a hepatite A e E (se ainda não leu, confira). Neste, o tema será a hepatite B e D.

Em todos os casos, o melhor jeito de combater as hepatites é a prevenção. Por isso, aproveite a oportunidade e saiba mais sobre as características destes dois tipos e como eles estão relacionados!

Hepatite B

A hepatite B é causada pelo vírus HBV e atinge o fígado, mas também é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), por poder ser transmitida por meio das relações sexuais.

Neste tipo de hepatite, acontece uma infecção aguda, que costuma se resolver em seis meses após o surgimento dos sintomas, mas algumas infecções permanecem após esse período, resultando em uma forma crônica da doença.

A idade influencia bastante, uma vez que em crianças a forma crônica é mais comum. Em adultos, quando o corpo não consegue eliminar o vírus após os seis primeiros meses, a doença pode ir para a fase crônica e durar anos, ou mesmo a vida toda. Há ainda o risco de desenvolvimento de câncer de fígado e/ou cirrose, que acontece em cerca de 20% a 30% dos casos.

Transmissão

A hepatite B pode ser transmitida por secreções e sangue e tem como característica ser mais infecciosa do que a hepatite C, em pessoas mais suscetíveis. De acordo com o Ministério da Saúde, as formas de transmissão são:

  • relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada;
  • da mãe infectada para o filho, durante a gestação e o parto;
  • compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos);
  • compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam);
  • na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança;
  • por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas e soluções de continuidade);
  • transfusão de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993).

Sintomas da hepatite B

Normalmente, a hepatite B é silenciosa, os sintomas podem aparecer somente em fases avançadas da doença. Eles podem incluir:

  • vômitos;
  • náuseas;
  • perda de apetite;
  • fadiga;
  • dores abdominais;
  • urina escura;
  • fezes claras;
  • mal-estar;
  • icterícia (coloração amarelada nos olhos e na pele).

É importante ressaltar que a hepatite aguda pode ser assintomática ou ter sintomas que não chamem muita atenção, mas isso não significa que os infectados não possam desenvolver cirrose hepática ou câncer de fígado futuramente. Por isso, é importante fazer o diagnóstico, tratamento e acompanhamento do caso.

Diagnóstico

É possível detectar a hepatite B por meio de testes rápidos e, somente em alguns casos, pode ser preciso realizar a biópsia de fígado.

Tratamento para hepatite B

Nos quadros agudos da hepatite B, o tratamento deve ser orientado pelo médico, que indicará maneiras de aliviar os sintomas e reduzir o risco de complicações. Já quando a doença está em sua forma crônica, nem sempre é preciso tratamento imediato, mas, quando ele é necessário, existem medicamentos que ajudam no controle da resposta inflamatória e na replicação do vírus.

Prevenção

A principal forma de se prevenir da hepatite B é tomando a vacina, que é muito segura e eficaz. Atualmente, ela está no calendário de vacinação infantil e é disponibilizada pelo SUS para todas as pessoas, independentemente da idade. Se você não foi vacinado ou não tomou todas as doses, basta procurar a UBS mais próxima.

Outros cuidados também ajudam na prevenção do HBV, são eles:

  • evitar o contato com sangue infectado ou de quem se desconheça o estado de saúde;
  • não partilhar objetos cortantes e perfurantes, nem instrumentos usados para a preparação de drogas injetáveis;
  • usar sempre preservativo nas relações sexuais;
  • não compartilhar objetos pessoais como escovas de dentes, aparelhos de barbear, alicates de unhas, entre outros;
  • somente realizar tatuagens, tratamentos de acupuntura e colocar piercings com instrumentos adequadamente esterilizados.

Além disso, a testagem de mulheres grávidas, ou com intenção de engravidar, é essencial para evitar a transmissão da mãe para o bebê.

Hepatite D (Delta)

A hepatite D, também conhecida como hepatite Delta, é causada diretamente pelo vírus da hepatite D, o HDV. Ele precisa do vírus da hepatite B (HBV) para existir, por isso, ambos estão relacionados.

A hepatite D crônica é conhecida por ser a mais grave entre as hepatites virais crônicas, pois tem uma progressão rápida para cirrose, além de maior risco de descompensação, carcinoma hepatocelular (CHC) e morte.

Transmissão

A transmissão da hepatite Delta ocorre da mesma maneira da hepatite B:

  • relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada;
  • da mãe infectada para o filho, durante a gestação e o parto;
  • compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos);
  • compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam);
  • na confecção de tatuagem e colocação de piercings, procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam às normas de biossegurança;
  • por contato próximo de pessoa a pessoa (presumivelmente por cortes, feridas e soluções de continuidade);
  • transfusão de sangue (mais relacionadas ao período anterior a 1993).

Sintomas da hepatite D

Assim como nas outras hepatites, a hepatite D pode não causar sintomas, mas, quando ocorrem, eles são: febre, dor abdominal, tontura, enjoo, cansaço, febre, urina escura, fezes claras, peles e olhos amarelos.

Diagnóstico

O diagnóstico da hepatite D normalmente é feito por meio da detecção de anticorpos do tipo “anti-HDV”. Caso o exame seja reagente, a confirmação do caso da hepatite Delta será realizada por meio de uma soma das informações clínicas, demográficas e epidemiológicas.

Tratamento

Quando ocorre a confirmação do paciente infectado com a hepatite D, o médico realizará as orientações de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções. No entanto, os medicamentos não são para cura, mas sim para o controle do dano hepático. Além disso, a orientação é não consumir bebidas alcoólicas nem realizar automedicação.

Prevenção

Como a hepatite Delta está diretamente relacionada à hepatite B, a principal forma de prevenção é a vacinação contra hepatite B.

Além disso, seguir as mesmas recomendações de prevenção da hepatite B como: usar preservativo em todas as relações; não compartilhar objetos de uso pessoal e assegurar-se de que a colocação de piercings e realizações de tatuagens sejam feitas com materiais esterilizados.

Gostou do conteúdo? Continue acompanhando nossas publicações e confira a campanha que fizemos para o Julho Amarelo!

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