Embora sejam transmitidas pelo mesmo mosquito, a dengue, zika e chikungunya são doenças diferentes, com sintomas distintos. No verão, quando existem chuvas com maior frequência, a tendência é que o Aedes aegypti encontre mais locais para reproduzir e, consequentemente, há um aumento nos casos dessas doenças. Dados do Ministério da Saúde apontaram um crescimento de 185% entre janeiro e outubro de 2022, quando comparado ao mesmo período de 2021. Além disso, existem ainda algumas similaridades dos sintomas com a covid-19.

Conhecer as particularidades de cada uma pode ajudar a evitar a confusão com os sintomas de resfriados e gripes comuns e fazer com que as pessoas compreendam a importância de buscar um médico assim que iniciarem os sintomas. Neste artigo, vamos explicar a diferença entre os sintomas de dengue, zika e chikungunya, além de abordar como realizar a prevenção e como é feito o diagnóstico dessas doenças. Confira!

Dengue

Na dengue, os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Em alguns casos, não há nenhuma reação, enquanto outros podem se desenvolver para quadros médios a graves, podendo causar hemorragia e choque. De modo geral, os sintomas podem incluir:

  • febre alta (maior que 38.5ºC);
  • dor de cabeça;
  • dor ao movimentar os olhos;
  • mal-estar;
  • falta de apetite;
  • manchas vermelhas no corpo (às vezes acompanhada de coceira).

A doença costuma durar de 5 a 7 dias (podendo chegar até 10), mas a debilidade física pode se prolongar por semanas. Condições prévias ou associadas como caso anterior de dengue, hipertensão arterial, diabetes, asma brônquica, entre outras doenças, podem favorecer a evolução para quadros mais graves.

As complicações podem incluir o comprometimento de órgãos como pulmões, coração, fígado, rins e sistema nervoso central. Nenhuma automedicação é recomendada, mas, nos casos de dengue, é ainda mais grave, uma vez que o uso de medicamentos como ácido acetilsalicílico (AAS) e outros anti-inflamatórios podem aumentar o risco de complicações hemorrágicas.

Zika

De acordo com o Ministério da Saúde, 80% das pessoas infectadas pelo zika não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando eles ocorrem, é possível que os seguintes sintomas se manifestem:

  • febre baixa (por vezes, nem sentida);
  • olhos vermelhos sem secreção;
  • dor muscular;
  • dor de cabeça;
  • dores nas articulações;
  • manchas avermelhadas pelo corpo com coceira intensa;
  • inchaço no corpo;
  • dor de garganta;
  • vômitos;
  • tosse.

Além disso, é importante ficar atento a sinais como dormência nas extremidades, dificuldade de caminhar, paralisia facial e alterações neurológicas.

Em geral, os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias, mas as dores nas articulações podem continuar por aproximadamente um mês. Embora raras, as formas graves podem ocorrer e, em alguns casos, evoluir para óbito.

O zika pode comprometer o sistema neurológico, causando debilidade muscular, além da possibilidade de reação autoimune (Síndrome de Guillain-Barré), que pode causar paralisia cerebral.

Chikungunya

Na chikungunya, os sintomas são similares aos da dengue:

  • febre aguda;
  • dores de cabeça;
  • fadiga;
  • náuseas;
  • manchas avermelhadas com coceira.

Porém, um sinal que diferencia a chikungunya da dengue são as fortes dores nas articulações e os inchaços que dificultam as atividades rotineiras.

Os sintomas podem iniciar entre 2 e 12 dias após a picada, mas 30% dos casos são assintomáticos. Após infectada, a pessoa adquire imunidade pelo resto da vida. Porém, o vírus pode causar a persistência dos sintomas por meses, até anos.

E a covid-19?

 A covid-19 tem alguns sintomas similares aos de dengue, zika e chikungunya, como:

  • febre;
  • dores de cabeça;
  • dores no corpo;
  • cansaço;
  • mal-estar.

Porém, somente nos quadros de covid-19 é que são comuns a falta de ar, alteração do olfato e paladar, além da produção de escarro. Vale lembrar, que na covid-19 não ocorrem as manchas vermelhas.

Que exame detecta dengue, zika e chikungunya?

No caso do surgimento de qualquer sintoma, é importante buscar orientação médica. No início, pode ser difícil identificar a diferença entre elas e o diagnóstico é muito importante para o tratamento adequado.

Atualmente, são realizados testes laboratoriais sorológicos e moleculares que podem detectar qual vírus está atacando o paciente. São mais de 48 testes laboratoriais aprovados pela Anvisa.

Além disso, recentemente o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o governo paranaense desenvolveram um novo exame capaz de tornar o diagnóstico de dengue, zika e chikungunya ainda mais específico.

Isso porque os exames utilizados hoje são capazes de captar os resultados produzidos em resposta à presença do vírus, porém, considerando que esses anticorpos permanecem no organismo mesmo depois que o agente infeccioso é eliminado, exames desse tipo podem levar a resultados falso-positivos.

Já o novo exame, ZDC Biomol, consegue identificar qual vírus está presente no organismo e ainda detectar qual tipo de vírus da dengue, possibilitando um tratamento mais eficiente.

 Como fazer a prevenção da dengue, zika e chikungunya?

A maneira mais eficiente de prevenir dengue, zika e chikungunya é eliminando os focos de acúmulo de água. É nesses locais que o mosquito se abriga e se reproduz, sendo que o processo pode ocorrer bem rápido: cada fêmea pode produzir de 60 a 120 ovos em cada ciclo reprodutivo.

O mosquito é pequeno, mas o transtorno que ele pode trazer é bem grande. Por isso, é hora de acabar com a onda do mosquito e investir em prevenção.

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