Embora a fome seja instintiva, a maneira como nos relacionamos com os alimentos não são. Nós nos habituamos a comer de acordo com diversos fatores, sendo um deles o exemplo da família. Por isso, adotar hábitos saudáveis e compreender como adequar a alimentação da criança e de toda a casa é tão importante. Venha conosco para saber mais sobre esse tema e como facilitar o processo de implementar uma alimentação infantil de qualidade!

Por que é preciso incentivar a alimentação infantil saudável desde a infância?

A alimentação é uma atividade muito importante para o corpo e envolve diversas estruturas, inclusive o sistema neuromuscular. O aleitamento materno, por exemplo, é capaz de desenvolver a respiração nasal e a sucção adequada, ajudando também no crescimento harmônico da boca e da face, muito importante para a mastigação.

Depois, quando os alimentos passam a ser oferecidos, a criança começa a conhecer novas texturas, sabores e odores. Nesse período, é essencial que o cardápio seja variado, saboroso e com muitos alimentos “in natura”, evitando ao máximo os alimentos processados e conservantes. Também é interessante seguir algumas dicas como:

  • Não expor a criança ao açúcar até os dois anos de idade.
  • A água deve ser a única fonte de hidratação no primeiro ano. Sucos (mesmo naturais, só devem ser ofertados no segundo ano de vida).
  • É preciso dar uma atenção especial ao que comer (variedade, quantidade e qualidade) e em como comer (quantidade de refeições, local, ambiente, companhia etc.).
  • Não forçar a criança a comer, nem associar prêmios ao fato de raspar o prato ou ceder a chantagens.

A alimentação na infância é uma etapa de novas experiências. Quando a limitamos, seja em qualidade ou variedade, estamos moldando hábitos, que são mais difíceis de serem modificados com o passar dos anos. Por isso, as boas práticas devem fazer parte da rotina desde sempre.

Qual a diferença da pirâmide alimentar infantil?

A pirâmide alimentar é bem popular e demonstra, em forma de gráfico, as necessidades nutricionais do organismo. Existe ainda a pirâmide alimentar infantil, que se diferencia por ter uma quantidade diferente de alimentos oferecidos nas porções. Ela é dividida em quatro grupos principais:

Alimentos energéticos

Fornecem os carboidratos e as gorduras que geram energia. O recomendado é optar por alimentos que ofereçam carboidratos naturais como milho, nozes, mandioca, batatas, cereais e frutas.

Alimentos reguladores

Asseguram o funcionamento saudável do organismo. Aqui estão inclusas as frutas, os vegetais, além dos alimentos ricos em fibras e sais minerais.

Alimentos construtores

Oferece os nutrientes essenciais para o desenvolvimento e fortalecimento dos ossos e dos músculos, ajudam a prevenir doenças e contribuem para a formação de células do sangue e produção dos hormônios de crescimento. São eles: ovos, leites, carnes e grãos.

Alimentos Energéticos Extras

No topo ficam os alimentos como óleos, gorduras, açúcares e doces. Eles precisam ser consumidos com bastante moderação.

Confira a tabela completa da Sociedade Brasileira de Pediatria e veja as porções indicadas para cada faixa etária.

Recomendações do Ministério da Saúde sobre alimentação infantil

O Ministério da Saúde conta com a cartilha “Dez passos para uma alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois anos”. Veja quais são as recomendações:

  • Dê somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento.
  • A partir dos seis meses, introduza de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.
  • A partir dos seis meses, dê alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno.
  • A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança.
  • A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher. Começar com consistência pastosa e, gradativamente, aumentá-la até chegar à alimentação da família.
  • Ofereça à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida.
  • Estimule o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
  • Evite açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.
  • Cuide da higiene no preparo e manuseio dos alimentos. Garanta o seu armazenamento e conservação adequados.
  • Estimule a criança doente e convalescente a alimentar-se oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, e respeitando a sua aceitação.

Obesidade infantil no Brasil: um problema muito atual

No Brasil, mais de 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos são obesas. A alimentação infantil saudável é importante para prevenir doenças que podem afetar toda a vida da criança, inclusive no desempenho escolar, além de problemas como hipertensão e diabetes.

Nossa campanha atual tem como objetivo levantar essas questões. Confira agora “O peso do exemplo”: