Pesquisadores da UFG podem ter descoberto um exame revolucionário para acelerar os tratamentos para diversos tipos de câncer
Encontrar novos tratamentos para o câncer é um dos principais desafios da humanidade. Segundo o INCA, o Brasil pode ter 580 mil novos casos da doença ao final de 2019, sendo o câncer de mama um dos principais riscos para mulheres: cerca de 59.700 brasileiras descobrirão ter a doença.
Mas se depender dos pesquisadores da UFG (Universidade Federal de Goiás), um exame simples e eficaz está muito perto de acelerar o tratamento para o câncer – e assim, aumentar as chances de cura.
Eles utilizaram a cera de ouvido para encontrar componentes desenvolvidos por células cancerosas. A descoberta chamou a atenção no mundo todo, sendo publicada como pesquisa promissora em uma das mais importantes revistas especializadas do mundo, a Scientific Reports.
Tratamento para câncer usando cera de ouvido: inovação científica
A cera serve para proteger os ouvidos contra bactérias e a entrada de objetos estranhos, mas também carrega informações importantes de células do corpo. Com isso, é possível utilizá-la para prever a presença de possíveis tumores.
Os pesquisadores utilizaram os metabólitos orgânicos voláteis encontrados em pequenas amostras de cera de ouvido para detectar possíveis sinais de tipos de câncer, como carcinoma, leucemia ou linfoma.
Esses componentes passaram por um processo de aquecimento que indica a presença de radicais livres e defeitos no DNA em células do organismo.
A pesquisa foi realizada no Laboratório de Métodos de Extração e Separação (LAMES – UFG) com 102 voluntários, sendo 52 portadoras de câncer em diferentes estágios e 50 pessoas que não tinham a doença.
Método de pesquisa:
Depois de retirar as amostras de cerume com o tamanho de um grão de arroz de cada voluntário, os materiais foram congelados a 20 graus negativos e depois aquecidos para que as substâncias fossem vaporizadas.
O vapor recolhido com uma seringa foi colocado em um cromatógrafo a gás – equipamento específico para separar moléculas.
As amostras coletadas foram para o espectrômetro de massas, um dispositivo que revela a composição das moléculas.
Identificadas as células com sinais de anormalidades, foi possível diagnosticar se um determinado voluntário era portador ou não da doença – inclusive em estágio inicial!
Chances de tratamento mais rápido contra o câncer
O exame foi revolucionário em todos os processos, inclusive no tempo necessário para a detecção de células cancerosas: bastaram cinco horas para o resultado ser obtido.
Além de o processo ser simples e não invasivo, praticamente todas as universidades brasileiras contam com a tecnologia necessária para fazer esse tipo de análise.
Segundos os pesquisadores participantes, o exame com cera de ouvido poderia também diagnosticar doenças como Alzheimer, autismo, depressão, entre outras.
Em contraponto, esse tipo de pesquisa não foi capaz de apontar o tipo de tumor e em qual órgão está se desenvolvendo. Com isso, seriam necessários outros exames para determinar o local de origem da doença, o que influencia diretamente na escolha do tipo de tratamento para o câncer.
Além disso, alguns especialistas defendem que faltam comparações com materiais coletados de indivíduos que estivessem passando por outros processos inflamatórios que também aumentam a concentração de metabólicos orgânicos.
Contudo, a descoberta vem sendo comemorada no mundo todo e pode trazer uma nova era para diagnóstico e tratamento para o câncer.
A importância do tratamento do câncer no início
Descobrir o câncer de mama e outros tipos no estágio inicial faz toda a diferença para aumentar as chances de cura.
Se o câncer de mama é descoberto no início, por exemplo, aumentam para mais de 95% as chances de a paciente se livrar completamente do tumor.
Por isso, antes mesmo de pensar em tratamentos para o câncer, é sempre muito importante manter exames de rotina e praticar hábitos saudáveis de alimentação e atividades físicas.
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