O câncer é certo?

O desfecho também pode ser!

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. E exige uma atenção adequada. Mas ele não é sinônimo de fim da linha já faz tempo. Os tratamentos estão cada vez mais evoluídos e as chances de cura, cada vez maiores.

Mas, para isso, lembre-se, seu melhor amigo é o mastologista, o especialista que diagnostica, trata e reabilita qualquer doença na mama. Então, nada de procurar tratamentos milagrosos no “doutor internet”, com ou sem outros especialistas.

Câncer de mama não é tudo igual

Uma das classificações mais usadas atualmente separa a doença em 4 grupos:

Luminal A

Tumores sensíveis aos hormônios e de baixo risco

Luminal B

Tumores sensíveis aos hormônios e com maior agressividade 

Triplo negativo

Negativos para o estrogênio e a progesterona, e negativo para o oncogene HER2

HER2 positivo

São aqueles que possuem um oncogene chamado HER2 

Tratamento também não

Além de depender do tipo de câncer, o tratamento varia conforme a fase da doença. Fora a cirurgia, em que se retira o tumor, existem:

Quimioterapia

É aqui que entram os medicamentos para destruir as células que formam um tumor, impedindo que elas se multipliquem.

A quimio pode ser administrada de oito formas: via oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea, intracraneal, intra-arterial, intraperitoneal e tópica (exceção).

Hormonioterapia

Esse tratamento é frequentemente utilizado após a cirurgia para reduzir o risco do retorno da doença. Isso porque essa terapia atinge células cancerosas em qualquer parte do corpo. Vale lembrar que, apesar do nome, se trata de um bloqueio hormonal.

Radioterapia

É um tratamento no qual se utilizam radiações ionizantes no tumor. E o objetivo também é destruir ou impedir que as células do tumor aumentem. Muitas vezes, o paciente não sente nadinha.

Como vai funcionar

Câncer devidamente diagnosticado? Sua equipe médica indicará o tratamento ideal. Na maioria dos casos, mais de um tratamento é utilizado.

E os efeitos colaterais?

Muita hora nessa calma. Cada organismo é único, por isso cada pessoa responde de maneira específica para cada tratamento. Isso significa que nem todos os efeitos colaterais são sentidos por todos os pacientes nas mesmas fases de tratamento. Então nada de sofrer antes da hora. =]

Mas os possíveis efeitos colaterais são, por tratamento:

Cirurgia

• Desconforto no pescoço e nas costas
• Dor a curto prazo
• Mudanças na sensibilidade da pele
• 
Acúmulo de líquido linfático no tecido adiposo
• Linfedema

Radioterapia

• Cansaço
• Perda de apetite e dificuldade para ingerir alimentos
• Reação da pele (poderá coçar, ficar vermelha, irritada, tornando-se seca e escamosa)

Hormonio
terapia

• Fadiga
• Mudanças de humor
• Ondas de calor
• Secura vaginal
• Alterações na libido
• Alterações de humor

Quimioterapia

• Alterações da pele e unhas
• Alterações na libido
• Alterações no humor
• Anemia
• Diarreia ou constipação

• Fadiga
• Hematomas e hemorragias
• Infecção
• Infertilidade
• Inflamações na boca
• Náuseas e vômitos
• Perda de apetite

• Perda de cabelo
• Perda de peso
• Problemas de concentração
• Problemas neurológicos e musculares, como dormência, formigamento e dor
• Problemas renais

Convivendo (bem) com o tratamento

“Hoje em dia, é possível manter boa qualidade de vida durante o tratamento do câncer de mama. As cirurgias são cada vez menos radicais e, mesmo quando uma quimioterapia é necessária, temos um melhor controle dos efeitos colaterais!”

Dr. Gilberto Amorim

Além dos tratamentos mencionados acima, alguns outros cuidados profissionais podem te ajudar a encarar essa fase da melhor maneira possível:

Para conviver bem com o tratamento, também é importante falar sobre os dois medos principais: mastectomia e queda de cabelo.

A mastectomia consiste na retirada de toda a mama para tratar o câncer. Muitas vezes, é realizada quando a mulher não pode ser tratada com a lumpectomia, cirurgia que conserva a maior parte da mama.

Durante ou após a mastectomia, a mulher pode optar pela reconstrução mamária, que restaura a aparência da mama.

Também existe a mastectomia preventiva, que é rara e indicada em casos de forte histórico familiar de câncer de mama e ovários. Como se avalia esse histórico? De preferência após aconselhamento genético e teste para a verificação de mutações. É o famoso caso da Angelina Jolie, lembra?

A queda de cabelo ocorre porque a quimio afeta principalmente células que se multiplicam com frequência, como as do cabelo.

Vale lembrar que nem todo tipo de quimio faz com que o cabelo caia. Mas, se for o seu caso, saiba que 2 ou 3 meses após o término das sessões, seu cabelo irá crescer novamente. Nessa fase, muitas mulheres aproveitam para mudar o visual, com lenços, perucas, chapéus… O que importa é proteger o couro cabeludo contra a sol e, é claro, se sentir bem!

Algumas unidades da Oncologia D’Or oferecem o serviço de Scalp Cooling, uma touca de resfriamento que ajuda a preservar os cabelos durante o tratamento.

Fato ou fake?

Passe o mouse, se estiver no computador, ou clique nos cards abaixo, do celular, para ver a resposta.

Todo câncer de mama deve ser operado assim que descoberto

FAKE!

O pilar do tratamento do câncer de mama é a cirurgia, mas há casos onde o tratamento oncológico pode ser invertido fazendo-se quimioterapia primeiro para operar em melhores condições depois.

Não pode tirar a cutícula durante o tratamento

FATO!

Mas depende! Mulheres que têm o esvaziamento completo dos linfonodos da axila têm essa restrição. Isso porque a ação pode favorecer a entrada de bactérias e gerar infecção.

Uma atitude “positiva” é determinante na cura

FATO!

É natural se sentir triste, mas a atitude positiva ajuda a manter conexões sociais e familiares, fundamentais para se manter ativa, além de até amenizar os efeitos colaterais do tratamento. Nos momentos de tristeza, procure alguém que vai te entender, sem te julgar. E se você for um amigo/familiar de paciente, lembre-se: você é muito importante em recuperar o ânimo num momento difícil, mas não resolve nada só ficar cobrando, às vezes um colo te dá forças de seguir adiante!

Não se recomenda pintar o cabelo durante o tratamento

FAKE!

Porém… orienta-se evitar amônia ou, no máximo, uma concentração de até 2%. Além disso, se a paciente estiver usando a técnica da touca gelada e manteve os cabelos, não se recomenda pintá-los.

A imunidade de quem passa pelo tratamento não muda

FATO!

Ao menos na maioria dos pacientes, a imunidade é preservada. E mesmo naqueles pacientes em quimio, a queda de imunidade é pontual e transitória. Porém, eventualmente, infecções podem ocorrer.

O câncer pode voltar?

Infelizmente,

FATO!

Mas é importante lembrar que os tratamentos estão cada vez melhores, por isso, mesmo quando o tumor retorna, ainda esperamos que o resultado do tratamento seja cada vez melhor.

Fica a dica

Livros:

• Você é mais Forte do que o Câncer
• Paciente com câncer: um guia para quem acabou de receber o diagnóstico
• A História dos Seios
• Cadê seu Peito, Mamãe?
• Por uma Vida Inteira
• Mastectomia: Mantendo a Qualidade de Vida Após o Câncer de Mama
• O que as Mulheres querem saber sobre o Câncer de Mama

Filmes:

• Coragem No Gelo (2003)
• Unidas pela Vida (2014)
• Cristina (2016)
• Lipstick: Why I Wore Lipstick to My Mastectomy (2006)
• Lado a Lado (1998)

Séries:

• Sex and the City – Samantha Jones [Kim Cattrall] recebe o diagnóstico de câncer de mama na última temporada da série.

• Parenthood – Kristina Braverman [Monica Potter] descobre que tem câncer de mama após a demissão dela e do marido, e do tão esperado nascimento de sua filha.

Instituições de apoio:

Assista ao vídeo da campanha