Segundo dados do Ministério da Saúde, todos os dias, pelo menos 32 pessoas tiram suas próprias vidas no Brasil, o que representa um total de 12 mil por ano – no mundo, esse número chega a 1 milhão. E não é raro que quem está ao redor de casos como esses se sinta “pego de surpresa”.

Isso porque um (potencial) suicida nem sempre se encaixa no padrão visual que a maioria de nós espera: de indivíduo triste, melancólico e desanimado o tempo todo. Será que parte da dificuldade em interceder não está aí?

E mesmo se estivesse, você saberia ajudar? A resposta, na maioria dos casos, é “não”. Afinal, detectar uma crise suicida não é “receita de bolo”: aproximadamente 97% dos casos de suicídio são precedidos por quadros emocionais, como depressão e ansiedade, o que, por si só, já torna cada caso um caso.

Ainda assim, alguém em um nível de sofrimento como esse pode vir a dar certos sinais – dos mais clássicos aos menos comuns –, fundamentais para que quem está ao redor, como familiares amigos próximos, possam agir a tempo.

Mas antes de falar deles, se você detectou uma situação de suicídio em real iminência, atue de forma rápida e direta, entrando em contato com os órgãos abaixo:

192SAMU
193Corpo de
Bombeiros
190Polícia
Militar
188Centro de
Valorização
da Vida (CVV)

Um dos maiores mitos em torno do suicídio é que a pessoa que tem intenção de tirar a própria vida não avisa ou fala sobre. Isso não é verdade e nenhum sinal deve ser ironizado ou subestimado. Vamos a eles:

Suponhamos que você identificou alguém com tendências suicidas, e agora? Antes de saber o que fazer, é tão importante quanto (ou mais) saber o que NÃO fazer. Isso porque algumas atitudes, ainda que as de melhor intenção, podem contribuir para sobrecarregar ainda mais quem está em situação de risco.

NÃO condenar
ou julgar

O que separa alguém sem transtornos emocionais de alguém com tendências suicidas são apenas as circunstâncias. Portanto, não seja preconceituoso com a dor do outro e jamais utilize frases como “isso é covardia”, “é loucura” ou “que fraqueza”.

NÃO
banalizar

Por mais “resolvível” que a situação do outro possa parecer para você, só quem está passando por ela sabe a batalha interna que é. Não banalize com falas como “é por isso que quer se matar?” ou “já passei por coisas muito piores e não me matei.”

NÃO opinar
agressivamente

Muitas pessoas acreditam que quem está com problemas de saúde mental precisa ser “chacoalhado”. Isto, além de subestimar a gravidade da situação, não ajuda em nada. Nunca utilize frases como “você quer chamar a atenção”, “te falta Deus” ou “isso é falta de vergonha na cara”.

NÃO
relativizar

De novo: a dor de cada um é a dor de cada um. Pratique a empatia e não compartilhe pensamentos como “tanta gente com problemas mais sérios que os seus…”.

NÃO à
positividade tóxica

Apesar da boa intenção, frases rasas como “levanta a cabeça, deixa disso”, “pense positivo” ou “a vida é boa” não ajudam na solução do problema e podem atrapalhar.

Dependendo da gravidade da situação, pode ser preciosismo pensar que é possível fazer com que alguém mude de ideia em relação a uma decisão tão significativa como essa. Porém, sempre vale a tentativa. Dicas como as abaixo podem fazer com que você, de fato, salve uma vida.

Falar a respeito do

suicídio não causa suicídio

Muito pelo contrário! Grande parte do problema mora no tabu que ainda é abordar esse tema abertamente em nossa sociedade. Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre o tema com a pessoa que precisa de ajuda. Deixe-a saber que você está ali para ouvi-la de mente aberta e ofereça ajuda para o que ela precisar.

Aposte no
bem-estar

Fortalecer os vínculos afetivos com familiares e amigos pode ajudar a cultivar relações interpessoais mais satisfatórias e aumentar a percepção de apoio. Estimule esse tipo de laço, bem como a adoção de novos hobbies que possam gerar prazer e qualidade de vida.

A tristeza
ama a solidão

Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda nos serviços de saúde e emergência listados anteriormente ou entre em contato com alguém que você sabe que é de confiança.

Dificulte
o caminho

Se a pessoa em questão vive com você, assegure-se de que ela não tenha acesso a meios que possam facilitar o ato, como armas de fogo, medicamentos etc. Fique em contato para acompanhar como ela está passando e o que está fazendo ao longo do dia.

Encoraje-a a buscar
ajuda profissional

Existe um limite de atuação para quem não é especialista no assunto. Incentive a pessoa a procurar a ajuda de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, ou mesmo de emergência, como os serviços públicos listados anteriormente.

Ser a luz no fim do túnel de quem está no escuro é sua vocação?

Torne-se um voluntário do CVV e doe seu tempo e atenção àqueles quem desejam conversar de forma anônima, sigilosa e sem julgamentos, além de promover ações de autoconhecimento.

As principais frentes são apoio emocional (atendimento por telefone, chat, e-mail e presencialmente) e atuação na comunidade. Para ser um participante, basta:

Ser maior
de 18 anos
Fazer um curso
de capacitação
(INSCREVA-SE AQUI)
E ter muita
vontade de ajudar

Baixe o enxoval digital da campanha e ajude a divulgá-la entre todos que você conhece!