“Salzinho”, “saleirinho” e outros nomes. São perigosos e estão em todos lugares. Todos usam, mas quase ninguém sabe sobre suas graves consequências para a hipertensão – ou pressão alta, como é popularmente conhecida.
As escolhas erradas do cotidiano estimulam a pressão sanguínea, que tende a ficar igual ou maior a 14 por 9 (140/90 mmHg).
O pior é que esse excesso de trabalho do coração acontece de forma silenciosa e pode desencadear problemas cardiovasculares – responsáveis por cerca de 300 mil mortes no Brasil, por ano.¹
Um perigo habitual
Entre as causas da hipertensão, as escolhas habituais são as que trazem os maiores riscos. O excesso de sal e de açúcar, o estresse e o sedentarismo estão entre os principais fatores. É preciso ficar atento às armadilhas do dia a dia onde menos se espera – como a mesa de sua casa ou o trânsito na sua cidade.
Conheça o submundo de cada risco:
Ele pode enganar pela necessidade.
Afinal, o organismo precisa de, pelo menos, 2.5 gramas de sal todos os dias.
Por segurança, a recomendação da OMS é de que esse consumo seja, em média, de até 5 g. ao dia. Na prática, isso significa uma colher rasa de chá ou 5 pitadas além da quantidade já utilizada no preparo dos alimentos.
O problema é que, para os brasileiros, o sal cotidiano está muito perto de ser um vício: em média, cada pessoa consome 12 g. por dia³ – mais que o dobro do recomendado.
E como todo vício, isso traz graves consequências e precisa de atitudes para ser freado.
Tirar o saleiro de cima da mesa durante a alimentação é um pequeno e importante passo para o seu coração.
Com certeza alguém muito perto de você abusa dessa substância.
Isso porque, em média, os brasileiros consomem 18 colheres de chá de açúcar (80 g.), muito acima dos 12 g. recomendados pela OMS?.
Desse total, 64% do consumo corresponde a açúcares adicionados – aquela colherzinha a mais colocada nas bebidas e outros alimentos?.
A dica anterior também vale para o açucareiro ou sachês: tire eles de perto durante as refeições e também modere o consumo de doces durante o dia.
Os nomes científicos para estresse e sedentarismo não são esses, mas os riscos para a hipertensão não enganam: o estresse causa taquicardia e até mesmo infarto, enquanto o sedentarismo aumenta os níveis de colesterol ruim e causa problemas cardíacos.
Para combater esses vícios comportamentais, vale direcionar a atenção para atividades prazerosas, como a leitura, meditação, hobbies e prática de atividades físicas.
Além disso, lembre-se de outros vícios
O tabagismo e o consumo de álcool são velhos aliados da hipertensão – além de muitos outros males piores, como diversos tipos de câncer. Para essas substâncias, não existem níveis seguros.
E a hereditariedade?
A hipertensão pode ser de família. E sobre esse fator não existe controle. Em média, filhos de pais de hipertensos têm entre 3 e 10 vezes mais chances de desenvolver o mal?.
Para esses casos, o acompanhamento médico deve começar aos 20 anos de idade.
A crise pode bater, então atenção aos sintomas
• Dor na nuca
• Vômito
• Falta de ar
• Visão turva
• Palpitação
• Insônia
• Dor no peito
• Tontura
Aprenda a sair dessa…
• Elimine o saleiro e o açucareiro da mesa e evite pitadas nos alimentos depois de prontos
• Pratique, ao menos, 150 minutos de atividades físicas por semana (ou 30 minutos por dia)
• Não consuma alimentos com mais de 7% de sódio na composição (olho no rótulo!)
• Evite frituras e alimentos gordurosos. Prefira o consumo de fibras, fontes naturais de ácidos graxos (ômega 3 nos peixes e oleaginosas), legumes e cereais integrais
• Caso não tenha histórico familiar de hipertensão, meça a pressão arterial 1 vez ao ano. Caso tenha esse histórico, dobre a medição. O teste pode ser realizado em hospitais ou até farmácias
• Durma entre 6 e 8 horas por noite
• Beba bastante água (aprenda a quantidade necessária aqui)
… ou pode ter estas complicações:
• Cegueira
• AVC
• Infarto
• Ataques cardíacos
• Insuficiência renal crônica
… e outras piores?:
As doenças cardiovasculares representam 30% das mortes no Brasil
Matam duas vezes mais do que todos os tipos de câncer somados
Matam 6,5 vezes mais do que mortes por infecção, incluindo a AIDS
Causam 2,3 mais mortes do que causas externas (acidentes e outros)
São responsáveis por 3 vezes mais mortes do que as doenças respiratórias
Reduzem em mais de uma década a expectativa de vida
Combata os perigos
O acompanhamento médico é fundamental e somente esse profissional poderá receitar medicação. Caso isso aconteça, é importante saber que o SUS (Sistema Único de Saúde) disponibiliza medicamentos gratuitos na rede pública. Acesse e confira: https://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/hipertensao#