Indo e vindo.
No home office e só no office.
Na indústria e no campo.
Física e mentalmente.
Infelizmente,
muitos! E, só no Brasil, eles custam, todos os dias, cerca de 7 vidas.
Nesta campanha, além de falar em proteção, falaremos em conscientização. Afinal, como se proteger de riscos dos quais, muitas vezes, nem estamos cientes? Mas, antes da prática, a teoria: às devidas apresentações!
Muito prazer:
Acidente de
Trabalho
Segundo o Art. 19 da Lei 8213/91, um acidente de trabalho é qualquer lesão corporal ou perturbação funcional causada pelo exercício de determinada atividade profissional e que resulte em morte ou perda/redução da capacidade de trabalhar, seja de forma permanente ou temporária.
Compostos pelos mais diversos riscos que a rotina profissional de um trabalhador tem a oferecer, os acidentes de trabalho são divididos em três grupos: os acidentes típicos, os acidentes de trajeto e as doenças ocupacionais.
Mas, antes de dissertarmos sobre cada um deles, é importante ter em mente que, por se tratar de uma lei não tão nova (datada de 1991), muitos tópicos estão – e devem estar – em constante discussão. Não somente em relação a profissões que, até outro dia, sequer existiam, mas também a seus respectivos e inerentes riscos. Não à toa, recentemente, o Ministério da Saúde atualizou a lista de doenças relacionadas ao trabalho depois de 24 anos, resultando na incorporação de 165 novas patologias.
Acidentes Típicos
Como diz o nome, costumam acontecer na execução típica e prática de determinadas atividades. Aqui, um exemplo didático: imagine que um trabalhador de frigorífico que realiza cortes, no uso de uma lâmina ou qualquer um de seus instrumentos de trabalho, acaba se ferindo durante o expediente. Tá aí: acidente típico.
Acidentes de Trajeto
Também fáceis de entender pelo nome, acontecem quando o trabalhador se acidenta enquanto está no percurso da residência para o trabalho ou vice-versa. Exemplo? O mesmo trabalhador mencionado acima, a caminho do frigorífico, escorrega e se machuca ao entrar no vagão do metrô.
Doenças Ocupacionais
(equiparam-se a acidentes de trabalho)
São todos e quaisquer prejuízos à saúde relacionados direta ou indiretamente à atividade profissional. São divididas entre doenças profissionais e doenças do trabalho.
A caracterização de um acidente de trabalho ou de uma doença ocupacional dependerá sempre de uma investigação por parte da equipe de Saúde e Segurança do Trabalho da empresa, seja ela própria ou terceirizada. Isso se dá, pois, para tais caracterizações, existem metodologias que objetivam garantir a real relação dos eventos com os acidentes/doenças, bem como avaliar as melhorias nos processos de prevenção de possíveis novos incidentes. A tão importante curva de aprendizado.
Se liga aí,
QUE É HORA DA
PREVENÇÃO
Apresentações devidamente feitas, vamos falar do que podemos fazer, na prática, para minimizar as chances de dar de cara com um acidente de trabalho? Infelizmente, os riscos existem e sempre existirão.
Mas cabe a nós adotarmos posturas conscientes e defensivas para que, numa eventual necessidade, não tenhamos que lidar com eles da pior forma.
Por isso, encare as dicas a seguir como uma espécie de guia, tendo sempre em mente que a Segurança do Trabalho depende, sim, do empregador e de condições adequadas de trabalho, mas também de cada um de nós. Afinal, somos ou não somos a parte mais interessada?
O risco no
INDO E
VINDO
Até pouco tempo “desconhecido” por grande parte dos trabalhadores, esse tipo de acidente de trabalho, hoje em dia, não consegue mais passar batido: dados do INSS mostram que, em 2023, os acidentes de trajeto foram responsáveis por 24% de todos os acidentes de trabalho no país.
Por isso, daqui para frente:
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Avalie as condições climáticas do dia ou até mesmo da semana na hora de decidir que tipo de calçado e trajes utilizar antes de sair para o trabalho. Nos dias chuvosos¹, utilize calçados antiderrapantes e fechados (se possível, resistentes à água). Sem esquecer, é claro, do bom e velho guarda-chuva!
¹Dê sempre atenção aos alertas meteorológicos dos órgãos públicos. Dependendo dos índices pluviométricos e condições gerais, pode ser indicado permanecer em casa. -
Antes de sair, dê sempre uma última olhada nas notícias locais ou aplicativos de navegação para evitar imprevistos (greves no transporte público, interdições no trânsito etc.) – e escolher a melhor rota.
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A pressa é inimiga da prevenção. Por isso, saia de casa com antecedência para que não seja necessário se arriscar correndo contra o relógio.
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Se for dirigir, use sempre o cinto de segurança (para ciclistas e motociclistas, capacete e roupas adequadas), verifique as condições de segurança de seu veículo (pneus, freios, luzes, nível de combustível etc.), mantenha as revisões preventivas em dia e deixe o celular longe da direção (!!!).
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De van, ônibus ou metrô, não embarque/desembarque fora dos locais indicados e siga as orientações de segurança de cada meio de transporte. A pé, adote uma postura defensiva ao transitar pela rua e respeite todas as sinalizações – além, é claro, de deixar de lado as distrações do celular enquanto estiver caminhando.
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Se você leva seu notebook para o trabalho e para casa, transporte-o em uma mochila apropriada: ela deve ser utilizada com as duas alças sobre os ombros e bem ajustada para que não haja quedas.
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Evite levar objetos que não sejam estritamente necessários. Além de adicionar peso excessivo à mochila, eles podem contribuir para problemas osteomusculares futuros.
O risco no
home
office
Se o trabalho foi para dentro de casa, nada mais justo do que também trazer para dentro dela a preocupação com a sua segurança.
Portanto, quando a labuta for remota:
O risco no
office
Engana-se quem pensa que acidente de trabalho é coisa de construção e indústria e que um ambiente de escritório está livre desse perigo.
Além das dicas ergonômicas e de bem-estar expostas acima:
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Procure deixar os ambientes livres de objetos e materiais espalhados pelo chão. Portas e corredores também devem sempre estar desobstruídos, não só para evitar esbarrões e escoriações, mas para que também sejam eficazes em uma eventual necessidade de evacuação por incêndio, por exemplo.
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Ao subir e descer escadas, procure estar com as mãos livres para segurar no corrimão. Nos degraus, a aplicação de fitas antiderrapantes é essencial para evitar escorregões.
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Ao estocar materiais e arquivos, sobretudo em prateleiras altas, certifique-se de que elas aguentam o peso. E coloque sempre os mais pesados nas partes inferiores dos armários.
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Ambientes com muitos corredores podem apresentar pontos cegos. Evite distrações e, ao se deslocar de um lado para o outro, preste bastante atenção em extintores de incêndio, pilastras e até mesmo outros colegas.
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Não deixe objetos cortantes e perfurantes sem proteção dentro das gavetas.
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Evite sobrecarregar as tomadas com adaptadores e não deixe a fiação elétrica espalhada por locais da sala voltados para a circulação de pessoas, carrinhos e equipamentos.
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Produtos químicos somente podem ser manuseados por pessoas habilitadas. Guarde-os em local adequado e devidamente identificados.
O risco nas
atividades
industriais
Chegamos ao tipo mais clássico de acidente de trabalho, aquele que logo vem à mente quando falamos do tema.
Portanto, aqui vão algumas dicas:
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Fomente a preocupação com a segurança entre seus colegas a partir da conscientização e de treinamentos (seminários, palestras, cursos, rodas de conversa…). Quando entendem a necessidade do cuidado, é que eles se cuidam de verdade.
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Faça a sua parte na fiscalização! Se a empresa se atualiza e cumpre o que as NRs (Normas Regulamentadoras) exigem, as chances de incidentes caem bastante.
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Estar equipado com os devidos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) também é indispensável. Luvas, capacetes, óculos, coletes, protetores auriculares, botas de segurança, entre outros tipos de equipamento, devem ser obrigatoriamente fornecidos pela empresa empregadora.
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Assim como o material humano deve ser treinado e conscientizado, as máquinas e equipamentos também precisam passar por manutenções periódicas. De nada adianta, por exemplo, que todos usem EPIs se o maquinário representa perigo iminente.
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Valorize órgãos e iniciativas internas da empresa, como a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e as SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho), que, formadas pelos próprios colaboradores, não só defendem o interesse dos funcionários, como são importantes instrumentos para o engajamento deles com as exigências preventivas da lei e da organização.
O risco no
âmbito
emocional
O acidente de trabalho que ninguém vê! Assim são conhecidos os transtornos emocionais associados à rotina profissional. Essa invisibilidade se traduz, tanto na (óbvia) falta de evidência física da doença, como no desconhecimento do quadro por parte de colegas, gestores e, muitas vezes, do próprio trabalhador.
Estresse, ansiedade, depressão, uso abusivo de substâncias… Esse são reflexos comuns a ambientes profissionais em que predominam a competitividade desleal, a cobrança excessiva, o assédio e qualquer pressão externa que resulte em perda de confiança, isolamento, falta de autonomia…
Equiparada, mediante a lei, a acidentes de trabalho, nos últimos tempos, esse tipo de doença do trabalho ganhou maior notoriedade pelo pior motivo: um estudo norte-americano demonstrou que problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, já são responsáveis por 52% dos acidentes de trabalho.
CONSCIENTIZAÇÃO + COMUNICAÇÃO
= PREVENÇÃO
Tão importante quanto tudo que foi falado até agora é a comunicação.
Afinal, segurança também depende de informação, e um canal claro e direto capaz de divulgar as medidas de proteção, bem como incidentes e acidentes anteriores (para que não voltem a acontecer), é imprescindível.
Por isso, sempre que reparar alguma situação de risco, seja em que âmbito da rotina profissional for, sinalize! Democratize o conhecimento para que seus colegas de trabalho estejam cientes daquele mesmo risco e os trâmites de prevenção da empresa possam ser devidamente acionados.
E por falar em comunicação…
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