O apoio de amigos e familiares é essencial na hora de identificar a doença e auxiliar na continuidade do tratamento da dependência. Entenda como lidar com um dependente químico na família.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença crônica e progressiva. Ela pode estar relacionada a uma substância específica (como álcool ou a cocaína) ou a várias.

No SUS, a maioria dos atendimentos é feito a homens com idades entre 25 e 29 anos, mas o problema atinge todas as faixas etárias, gêneros e classes sociais. Em 2021, com a chegada da pandemia da covid-19, o uso abusivo dessas substâncias e a dependência no Brasil aumentou 12,4% em relação ao ano anterior.

A dependência química também atinge o círculo social de quem convive com a doença. Por isso, o envolvimento de amigos e familiares é fundamental em todas as etapas do tratamento.

Identificar a dependência química

Quase sempre quem percebe os problemas com abuso de álcool e drogas não é o próprio dependente, e sim alguém próximo (parceiro(a), familiar e amigos). Por isso, é importante estar atento aos sinais para tomar medidas o mais rápido possível.

Alterações de humor

Comportamento instável, agitação excessiva e oscilações bruscas de humor podem indicar que algo não vai bem.

Dificuldade nas relações

Brigas, desentendimentos e afastamento – que, antes, não eram frequentes – passam a ser parte da rotina de quem convive com um dependente.

Isolamento

A pessoa que é dependente química tende a se isolar do mundo e das atividades que exercia antes.

Queda de rendimento

O vício também dá sinais na produtividade no trabalho e em outros momentos do cotidiano (faltas, atrasos, metas não atingidas etc.).

Instabilidade financeira

Para manter o alto consumo de álcool ou drogas, o dependente acaba se endividando, pedindo empréstimos e até se desfazendo de itens da casa.

Oferecer apoio sem julgamentos

Como já citamos no início do texto, a dependência química é uma doença. Não se trata de falha de caráter; e seu tratamento não envolve apenas força de vontade. Além da intervenção médica especializada, psicoterapia e terapia ocupacional, por exemplo, o apoio de familiares e pessoas próximas é um pilar fundamental para que as pessoas consigam viver com o vício sob controle.

Conforme a doença se agrava, o dependente deixa de se apegar a prejuízos materiais e financeiros e passa a viver em função do álcool e/ou das drogas. Mas os vínculos afetivos tendem a se manter.

O lema (nem sempre fácil de ser seguido) é: não julgue, apoie.

Cuidar da própria saúde mental

Conviver com dependente envolve uma série de conflitos que desgastam a relação entre as partes. E, para oferecer o suporte que a situação exige, é preciso ter cuidado com a própria saúde mental. Para esses casos, além de aconselhamento psicológico e/ou psiquiátrico, existem grupos de apoio específicos.

O Al-Anon, por exemplo, é uma associação que realiza encontros entre familiares e amigos de dependentes. Lá, eles compartilham experiências e tentam solucionar os problemas em comum.

O grupo, que é anônimo e não tem ligação com qualquer religião, instituição ou organização, também é uma fonte de força e esperança para os momentos de dificuldade que envolvem o tratamento contra a dependência química.

Agora que você já tem informações de como lidar com um dependente químico na família, confira o vídeo informativo que trata do assunto e, para mais informações de saúde, siga nossas redes sociais ou acesse nosso site.