O risco é certo.

o câncer não!

Infelizmente, toda mulher corre o risco de desenvolver câncer de mama. O mais comum entre elas no Brasil. Felizmente, as chances de cura da doença chegam a incríveis 95% (ou mais!) – quando diagnosticada precocemente.
Mas existem alguns fatores que aumentam ou diminuem as chances de desenvolver a doença. Olho neles!

Aumentam as chances

Obesidade
aumenta o nível de estrogênio do corpo, hormônio que age no desenvolvimento do tecido mamário

eleva os níveis de insulina, que estimulam a mitose, que pode ter efeito no crescimento de células tumorais

libera mediadores inflamatórios que podem promover crescimento tumoral

Excesso de bebidas alcoólicas
também aumenta o nível de estrogênio, além de contribuir para o ganho de peso.

Produtos industrializados
ricos em sódio e açúcar, dificultam o fluxo de sangue e aumentam os níveis de insulina, elevando o risco de um processo inflamatório e do câncer

Menarca precoce
idade da primeira menstruação menor que 12 anos

Menopausa tardia
após os 55 anos

Reposição hormonal pós-menopausa
estrogênio-progesterona

Histórico familiar
pode indicar uma maior possibilidade de desenvolvimento da doença (necessário buscar aconselhamento genético e realizar o teste para análise das chances)

Diminuem as chances

Dieta saudável
ajuda a afastar a obesidade, além de não aumentar o nível de insulina

Prática de exercícios
também afasta a obesidade, além de melhorar a circulação sanguínea

Amamentação
o fluxo de leite e a sucção do bebê causam esfoliação e renovação das células ductais da mama

Não fumar
pesquisas sugerem que os carcinógenos presentes no cigarro podem aumentar o risco do câncer de mama

Relaxar
Alguns estudos mostraram que as mulheres que vivem uma rotina muito estressante têm quase o dobro de chances de desenvolver a doença

Tudo nos conformes? Ótimo!

Mas tem um outro cuidado essencial quando o assunto é câncer de mama:

mamografia 

Esse deve ser o exame indispensável para toda mulher. Isso porque é ele quem detecta o câncer de mama no início.

Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a mamografia deve ser feita uma vez por ano, a partir dos 40 anos.

Vale lembrar que a mamografia é um exame não invasivo, que captura imagens para detectar tumores a serem analisados de forma mais detalhada.

biópsia 

Este exame só é feito quando um tumor é encontrado no tecido mamário, e nada mais é do que um procedimento minimamente invasivo no qual se retira pequenos fragmentos do tumor para análise em laboratório.

Ah, mas e o autoexame?

Também é importante, mas, como não detecta o câncer no início, está longe de ser o principal cuidado quando o assunto é detecção precoce.

A melhor forma de fazê-lo? A gente explica:

Posicione-se em frente ao espelho sem sutiã e passe a mão em toda a superfície da mama, do bico e das axilas, em busca de caroços. O ideal é que esse exame seja realizado 1 semana após a menstruação. Caso seja notado algum caroço, diferença na pele ou no bico do seio, busque um mastologista.

O câncer é certo?

O desfecho também pode ser!

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. E exige uma atenção adequada. Mas ele não é sinônimo de fim da linha já faz tempo. Os tratamentos estão cada vez mais evoluídos e as chances de cura, cada vez maiores.

Mas, para isso, lembre-se, seu melhor amigo é o mastologista, o especialista que diagnostica, trata e reabilita qualquer doença na mama. Então, nada de procurar tratamentos milagrosos no “doutor internet”, com ou sem outros especialistas.

Câncer de mama não é tudo igual

Uma das classificações mais usadas atualmente separa a doença em 4 grupos:

Luminal A

Tumores sensíveis aos hormônios e de baixo risco

Luminal B

Tumores sensíveis aos hormônios e com maior agressividade 

Triplo negativo

Negativos para o estrogênio e a progesterona e negativo para o oncogene HER2 

HER2 positivo

São aqueles que possuem um oncogene chamado HER2 

Tratamento também não

Além de depender do tipo de câncer, o tratamento varia conforme a fase da doença. Fora a cirurgia, em que se retira o tumor, existem:

Quimioterapia

É aqui que entram os medicamentos para destruir as células que formam um tumor, impedindo que elas se multipliquem.
A quimio pode ser administrada de oito formas: via oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea, intracraneal, intraarterial, intraperitoneal e tópico (exceção).

Hormonioterapia

Esse tratamento é frequentemente utilizado após a cirurgia para reduzir o risco do retorno da doença. Isso porque essa terapia atinge células cancerosas em qualquer parte do corpo. Vale lembrar que, apesar do nome, se trata de um bloqueio hormonal.

Radioterapia

É um tratamento no qual se utilizam radiações ionizantes no tumor. E o objetivo também é destruir ou impedir que as células do tumor aumentem. Muitas vezes o paciente não sente nadinha.

E os efeitos colaterais?

Muita hora nessa calma. Cada organismo é único, por isso cada pessoa responde de maneira específica para cada tratamento. Isso significa que nem todos os efeitos colaterais são sentidos por todos os pacientes nas mesmas fases de tratamento. Então nada de sofrer antes da hora. =]

Mas os possíveis efeitos colaterais são, por tratamento:

Cirurgia

• Desconforto no pescoço e nas costas
• Dor a curto prazo
• Mudanças na sensibilidade da pele
• Acúmulo de líquido linfático no tecido adiposo

Radioterapia

• Cansaço
• Perda de apetite e dificuldade para ingerir alimentos
• Reação da pele (poderá coçar, ficar vermelha, irritada, tornando-se seca e escamosa)

Hormonio
terapia

• Fadiga
• Mudanças de humor
• Ondas de calor
• Secura vaginal

Quimio

• Alterações da pele e unhas
• Alterações na libido
• Alterações no humor
• Anemia
• Diarreia ou constipação

• Fadiga
• Hematomas e hemorragias
• Infecção
• Infertilidade
• Inflamações na boca
• Náuseas e vômitos

• Perda de apetite
• Perda de cabelo
• Perda de peso
• Problemas de concentração
• Problemas neurológicos e musculares, como dormência, formigamento e dor
• Problemas renais

Convivendo (bem) com o tratamento

“Hoje em dia, é possível manter boa qualidade de vida durante o tratamento do câncer de mama. As cirurgias são cada vez menos radicais e, mesmo quando uma quimioterapia é necessária, temos um melhor controle dos efeitos colaterais!”

Dr. Gilberto Amorim

Além dos tratamentos mencionados acima, alguns outros cuidados profissionais podem te ajudar a encarar essa fase da melhor maneira possível:

Para conviver bem com o tratamento também é importante falar sobre os dois medos principais. Mastectomia e queda de cabelo.

A mastectomia consiste na retirada de toda a mama para tratar o câncer. Muitas vezes, é realizada quando a mulher não pode ser tratada com a lumpectomia, cirurgia que conserva a maior parte da mama.

Durante ou após a mastectomia, a mulher pode optar pela reconstrução mamária, que restaura a aparência da mama.

Também existe a mastectomia preventiva, que é rara e indicada em casos de forte histórico familiar de câncer de mama e ovários. Como se avalia esse histórico? De preferência após aconselhamento genético e teste para a verificação de mutações. É o famoso caso da Angelina Jolie, lembra?

A queda de cabelo ocorre porque a quimio afeta principalmente células que se multiplicam com frequência, como as do cabelo.

Mas vale lembrar que nem todo tipo de quimio faz com que o cabelo caia. Mas, se for o seu caso, saiba que 2 ou 3 meses após o término das sessões seu cabelo irá crescer novamente. Nessa fase, muitas mulheres aproveitam para mudar o visual, com lenços, perucas, chapéus… O que importa é proteger o couro cabeludo contra a sol e, é claro, se sentir bem!

Algumas unidades da Oncologia D’Or oferecem o serviço de Scalp Cooling, uma touca de resfriamento que ajuda a preservar os cabelos durante o tratamento.

Fato ou fake?

Passe o mouse, se estiver no computador, ou clique nos cards abaixo, do celular, para ver a resposta.

Todo câncer de mama deve ser operado assim que descoberto

FAKE!

O pilar do tratamento do câncer de mama é a cirurgia, mas há casos onde o tratamento oncológico pode ser invertido fazendo-se quimioterapia primeiro para operar em melhores condições depois.

Não pode tirar a cutícula durante o tratamento

FATO!

Mas depende! Mulheres que têm o esvaziamento completo dos linfonodos da axila têm essa restrição. Isso porque a ação pode favorecer a entrada de bactérias e gerar infecção.

Uma atitude “positiva” é determinante na cura

FATO!

É natural se sentir triste, mas a atitude positiva ajuda a manter conexões sociais e familiares, fundamentais para se manter ativo, além de até amenizar os efeitos colaterais do tratamento.

Desodorante causa câncer de mama

FAKE!

E o câncer de mama não começa na axila, como diz uma lenda urbana.

Homens também podem desenvolver câncer de mama

FATO!

Porém, numa proporção mais de 100 vezes menor em relação às mulheres. É importante lembrar que, a qualquer suspeita de anormalidade na mama, um médico precisa ser consultado.

Anticon-
cepcional causa câncer de mama

FAKE!

As pílulas modernas são seguras e tem inúmeros benefícios.

O tamanho dos seios influencia nas chances de desenvolver o câncer

FAKE!

Quem tem prótese de silicone tem o mesmo risco de desenvolver a doença

FATO!

Inclusive, é necessário um cuidado maior para examinar as mamas por conta do silicone.

Não se recomenda pintar o cabelo durante o tratamento

FAKE!

Porém… orienta-se evitar amônia ou, no máximo, uma concentração de até 2%. Além disso, se a paciente estiver usando a técnica da touca gelada e manteve os cabelos, não se recomenda pintá-los.

A imunidade de quem passa pelo tratamento não muda

FATO!

Ao menos na maioria dos pacientes, a imunidade é preservada. E mesmo naqueles pacientes em quimio, a queda de imunidade é pontual e transitória. Porém, eventualmente, infecções podem ocorrer.

O câncer pode voltar?

Infelizmente,

FATO!

Mas é importante lembrar que os tratamentos estão cada vez melhores, por isso, mesmo quando o tumor retorna, ainda esperamos que o resultado do tratamento seja cada vez melhor.

Quem não tem histórico familiar não corre risco

FAKE!

8 em cada 10 mulheres não possuem histórico familiar da doença.

A radiação da mamografia pode causar câncer

FAKE!

A quantidade de radiação em uma mamografia não é muito diferente da quantidade de um simples raio X.

Microondas e telefone celular causam câncer de mama.

FAKE!

Estresse e “mágoa” causam câncer de mama

O assunto é polêmico, mas é

FAKE!

Estudos científicos em pacientes com depressão grave e estresse pós-traumático não comprovam essa relação.

O câncer pode ser detectado na cera de ouvido

FATO!

Pesquisas (quentinhas) conseguiram identificar características de diferentes tipos de câncer em análises rápidas, simples e baratas, simplesmente com cera de ouvido. Vale lembrar que também avançam os estudos em urina, fezes, sangue.

Fica a dica

Livros:

• Você é mais Forte do que o Câncer
• Paciente com câncer: um guia para quem acabou de receber o diagnóstico
• A História dos Seios
• Cadê seu Peito, Mamãe?
• Por uma Vida Inteira
• Mastectomia: Mantendo a Qualidade de Vida Após o Câncer de Mama
• O que as Mulheres querem saber sobre o Câncer de Mama

Filmes:

• Coragem No Gelo (2003)
• Unidas pela Vida (2014)
• Cristina (2016)
• Lipstick: Why I Wore Lipstick to My Mastectomy (2006)
• Lado a Lado (1998)

Séries:

• Sex and the City – Samantha Jones [Kim Cattrall] recebe o diagnóstico de câncer de mama na última temporada da série.

• Parenthood – Kristina Braverman [Monica Potter] descobre que tem câncer de mama após a demissão dela e do marido, e do tão esperando nascimento de sua filha.

Instituições de apoio:

Assista ao vídeo da campanha