Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), cerca de 30% dos brasileiros sofrem com alergias.
Para essas pessoas, os perigos estão em todo lugar; e o menor contato com o agente pode desencadear uma crise enorme.
Mas não precisa ser assim. Neste mês mundial da alergia, trazemos informações importantes para que você identifique, evite e trate as alergias – sejam elas quais forem.
Imagine que seu corpo é um edifício; e o seu sistema imunológico é o porteiro. Quando um visitante que ele não conhece tenta entrar no prédio, em vez de tentar identificá-lo, ele não só bloqueia a entrada como também aciona a empresa de segurança, a polícia, o alarme de incêndio…
É mais ou menos assim que acontece com a alergia: seu sistema imunológico reage de maneira extrema a uma substância que entra em contato com seu corpo. Essa maneira extrema pode se caracterizar por inflamações que causam diversos sintomas, que vão de coceiras e espirros até inchaço da glote e choque anafilático (que pode causar a morte).
Embora pareça algo complexo, as alergias são muito comuns – sobretudo as respiratórias. Conheça as principais delas.
As alergias respiratórias são causadoras de inflamações nos principais canais respiratórios: seios da face (sinusite alérgica), mucosa nasal (rinite alérgica) e garganta (faringite alérgica). Abaixo, estão os tipos mais comuns.
Agentes desencadeantes: ácaros, poeira, poluição, mofo e fumaça de cigarro, por exemplo.
Sintomas: crises de espirro, coriza, constipação nasal e tosse, entre outros.
Dicas para evitar as alergias respiratórias:
• Arejar ambientes da casa diariamente
• Evitar focos de mofo
• Limpar a casa com um pano úmido
• Lavar roupas guardadas há muito tempo
• Evitar bichos de pelúcia, almofadas, cortinas, tapetes, livros, jornais e objetos que acumulam pó
É ALERGIA RESPIRATÓRIA ou COVID?
Alguns sintomas de alergias respiratórias podem se confundir com o novo coronavírus. Por isso, é importante ficar atento aos sintomas e também se houve contato com alguém que está com covid-19 – se houver febre, com ou sem falta de ar, procure orientação.
Embora os pelos de animais domésticos, como cachorro e gato também possam desencadear alergias respiratórias por causa de ácaros, há outros causadores de alergias. Através da pele, da urina ou da saliva, esses pets eliminam determinadas proteínas que contém substâncias alérgenas.
Então, mesmo que o pelo não seja a principal causa da alergia, ele pode carregar esses tipos de proteína.
Sintomas: coceira na garganta e no nariz, tosse seca, nariz cheio e coçando, olhos vermelhos e irritados, asma e dificuldade para respirar.
Dicas para evitar as alergias respiratórias:
• Arejar ambientes da casa diariamente
• Evitar focos de mofo
• Limpar a casa com um pano úmido
• Lavar roupas guardadas há muito tempo
• Evitar bichos de pelúcia, almofadas, cortinas, tapetes, livros, jornais e objetos que acumulam pó
A pele é o maior órgão da pele e, não coincidentemente, ela é alvo de muitos causadores de alergias nas mãos, pés, face, braços, axilas, pescoço, pernas, costas ou barriga.
Principais causadores: picadas de insetos, produtos de limpeza, cosméticos, contato com metais (bijuterias), tecidos, látex, plantas, produtos químicos, entre outros.
Sintomas: coceira, vermelhidão, descamação, irritação, ardência, manchas e erupções.
Para evitar esse tipo de crise alérgica, é importante ter atenção a tudo que entra em contato com a pele, anotando com o que teve contato para montar uma lista de agentes desencadeantes, pois as reações podem não aparecer imediatamente.
Os esporos de pólen (presentes nas flores, plantas e árvores) são pequenos, leves, secos e facilmente transportados pelo vento – principalmente no outono (baixa umidade) e na primavera (aumento da presença de flores).
Dessa forma, o pólen se espalha pelo ambiente e causa vários transtornos respiratórios.
Sintomas: coriza, olhos lacrimejantes e irritados, espirros, coceira no nariz ou garganta e congestão nasal.
Dicas para evitar alergia ao pólen:
• Evitar atividades ao ar livre pela manhã e ao cair da noite (períodos em que as contagens de pólen são mais altas)
• Ao chegar em casa, tomar banho, trocar de roupa e tirar os sapatos
• Usar uma máscara quando estiver em áreas externas.
• Quando possível, evitar exposição mantendo os ambientes onde se permanece isolados do exterior quando possível
Esse tipo de alergia também é conhecido como Reação de Hipersensibilidade a Medicamentos (RHM), e seus sintomas costumam surgir em poucos minutos (quando o medicamento é inalatório ou injetável) ou até algumas horas, quando é por via oral ou tópica.
É necessário, diferenciar a alergia das reações adversas que alguns remédios podem gerar e que estão descritas na bula de cada um, e entre os medicamentos que podem causar alergias estão: antibióticos, anticonvulsivantes, insulina de origem animal, contraste para exames de imagem, aspirina e anti-inflamatórios, analgésicos, quimioterápicos; remédios contra o HIV e relaxantes musculares.
Os sintomas da alergia a medicamentos podem ser leves, como coceira e vermelhidão na pele, febre, nariz escorrendo, olhos vermelhos, lacrimejando e inchados, dificuldade para abrir os olhos, ou graves, como inchaço da língua ou da garganta, dificuldade para respirar, tonturas, sensação de desmaio, confusão mental, náuseas, diarreia e aumento dos batimentos cardíacos.
Além de buscar socorro médico na presença de quaisquer dos sintomas acima, é fundamental que um médico avalie o quadro e o histórico do paciente para confirmar ou não a alergia a medicamentos.
Nesse tipo de alergia, determinadas substâncias presentes em alimentos e bebidas desencadeiam reações inflamatórias no corpo.
Sintomas: coceira e vermelhidão na pele, inchaço nos lábios, língua, orelhas ou olhos, aftas, nariz entupido e coriza, desconforto na garganta, dor abdominal e excesso de gases, diarreia ou prisão de ventre.
Especialmente os frutos do mar, em casos mais raros, podem causar choque anafilático.
Para evitar as crises alérgicas, o mais importante é identificar os alimentos causadores e deixar de consumi-los sempre que possível.
Intolerância ou alergia?
Como provoca sintomas parecidos, a alergia é geralmente confundida com intolerância alimentar. Mas são casos diferentes que exigem abordagens distintas. Na alergia, a resposta do corpo quando em contato com o alimento é imediata (cerca de meia hora). Já na intolerância alimentar, o alimento não é digerido corretamente e, dessa forma, os sintomas surgem principalmente no sistema gastrointestinal. Em ambos os casos, é necessário fazer acompanhamento médico e evitar os alimentos causadores.
Em situações muito raras, nosso corpo também pode apresentar essas reações extremas ao fazer contato com água, suor, frio e até em proximidade de redes wi-fi.
Reações graves
Apesar de as reações mais comuns a alergias serem espirros, coceiras, coriza e de serem facilmente tratadas, existem casos em que elas são extremas e podem colocar em risco a vida do alérgico.
Se observar os sintomas abaixo, procure ajuda e chame uma ambulância:
• Aumento dos batimentos cardíacos
• Dificuldade para respirar e presença de tosse e chiado no peito
• Dor no estômago
• Náuseas e vômitos
• Inchaço nos lábios, na língua ou na garganta
• Pele pálida e suor frio
• Coceira no corpo
• Tontura e desmaio
O alergologista
é responsável por identificar a que tipo de substância a pessoa é alérgica, por meio de uma série de testes e de exames. Isso permite que a pessoa com alergia evite ao máximo o contato com esses materiais no futuro.
Esse especialista também indica tratamentos e prescreve medicamentos para amenizar sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas alérgicas. Em alguns casos, o alergologista também pode estar associado ao imunologista, já que algumas alergias podem se relacionar a doenças autoimunes ou imunodeficiências.
Mais do que tratar os sintomas, é preciso descobrir exatamente o que serve como gatilho para as reações alérgicas. Por isso, os alergologistas podem realizar exames e testes, como o cutâneo, por exemplo.
Durante o procedimento, pequenas quantidades de substâncias alérgenas são colocadas em contato com a pele, de forma controlada, para que os causadores sejam identificados de maneira precisa.
Análises sanguíneas também podem auxiliar no diagnóstico.
Exame IgE
A imunoglobulina E (IgE) é uma proteína presente no sangue, normalmente encontrada na superfície de algumas células do sangue. A depender das concentrações, ela pode auxiliar no diagnóstico de alergias:
IgE total:
indica que há uma alergia, mas não especifica o tipo.
IgE específica:
exame que identifica o antígeno ao qual a pessoa tem alergia.
Durante a fase aguda, os principais medicamentos são:
Quem sofre com alergias costuma ter um “kit primeiros socorros” para quando a crise atacar:
anti-histamínicos, descongestionantes e até corticoides são acionados.
Eles costumam atenuar as crises e evitam a piora, é verdade, mas também apresentam muitos riscos e podem até desencadear quadros de alergia a medicamentos!