Muita gente tem medo de buscar ajuda por medo de serem vistas como fracas ou descontroladas. Este conceito vem de muitos anos atrás, quando os transtornos mentais eram motivo para vergonha da família e exclusão.

Nos manicômios eram aplicadas técnicas de “correção” que levavam a sofrimento psíquico, além do tratamento violento e desrespeitoso. A reforma psiquiátrica no Brasil surgiu no final da década de 70 e, desde então, o tema da saúde mental tem se fortificado, mas esses estereótipos ainda causam relutância das pessoas em procurar ajuda.

Um artigo da Revista Galileu informa que: “Um em cada quatro adultos já foi diagnosticado com algum tipo de transtorno psicológico, mas, mesmo assim, um quinto das pessoas ainda pensa que algumas das principais causas de distúrbios mentais são falta de autodisciplina e força de vontade.”
É preciso mudar essa imagem e combater o preconceito.

Alguns elementos influenciam no funcionamento da psicoterapia, desde o comportamento do paciente, do profissional, nas técnicas utilizadas, até mesmo as expectativas do paciente diante do profissional e do tratamento.

É importante identificar o problema e lidar com ele da melhor forma. Talvez a mudança do profissional ou da abordagem terapêutica (vamos falar disso adiante) ou a compreensão de que o processo pode levar tempo para gerar resultados já sejam o suficiente, mas é importante analisar cada caso separadamente.

Apesar dos dois termos serem iguais, a terapia carrega uma abrangência maior, então é possível classificar a acupuntura, a fisioterapia, a hipnoterapia e a aromaterapia como terapias também. Já a psicoterapia é voltada para o emocional do paciente, e é realizada por um psicólogo, que lida com problemas comportamentais e psicológicos do paciente.

Como foi dito antes, se você não sentiu que se adaptou às sessões de terapia, pode buscar por profissionais de outras abordagens. Acontece que pouca gente sabe, mas os psicólogos não seguem todos a mesma linha de tratamento. Existem abordagens diferentes e o que funciona para uma pessoa, pode não servir para outra.

Criada por Sigmund Freud, nessa abordagem o paciente expõe seus pensamentos de maneira livre e sem filtros. O terapeuta indica conexões entre o que foi dito e o que levou o paciente a buscar ajuda, enquanto acessa memórias do passado e enfrenta traumas e problemas.

Baseada nas ideias de Carl G. Jung e pós junguianos, essa abordagem tem o objetivo de ajudar o paciente a resgatar sua essência, vivendo de acordo com aquilo que ele é. Os sonhos e simbolismos pessoais são muito importantes. A conversa não é completamente livre, o terapeuta guia o tema em torno dos problemas que fizeram ele buscar ajuda.

A Gestalt analisa os pacientes com base no meio em que vivem, além de observar gestos, posturas, expressões faciais e voz. A terapia foca no presente, portanto, a análise é baseada no problema que ocorre naquele momento, diferentemente da psicanálise que resgata memórias e traumas do passado.

Também conhecida como TCC, essa abordagem ajuda a desenvolver aspectos individuais de percepção sobre o mundo e as coisas que o rodeiam. Ela foca em um tipo de comportamento ou distúrbio e o trata.

Assim como na psicanálise, a abordagem lacaniana tem como base as conversas e o inconsciente. Porém, diferente das sessões de psicanálise, o paciente tem abertura para falar o que o inconsciente ditar, com poucas interferências e sem horário determinado. As sessões duram o quanto o terapeuta acreditar que devem durar, de acordo com o conteúdo abordado pelo paciente.

Muito se ouve falar sobre saúde mental e psicoterapia para jovens e adultos, mas ela pode ser necessária em todas as faixas etárias, já que em cada momento da vida temos problemas diferentes.

É durante a infância que desenvolvemos a estrutura mental. Os primeiros anos formam uma base para como o cérebro funcionará nos anos seguintes e também é nesta etapa da vida que surgem sintomas de transtornos que, quando não são tratados, podem causar prejuízos mais sérios ao indivíduo.
Quando uma criança é identificada com sintomas de transtornos de aprendizagem, por exemplo, na idade de 5 a 6 anos, o prognóstico é mais favorável e o processo de reabilitação mais rápido.
Um estudo realizado pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP em parceria com a UNIFESP, UFRGS e o CNPq, analisou estudantes com idades entre 6 e 12 anos em escolas públicas de São Paulo e do Rio Grande do Sul e constatou que 80% dos estudantes com algum transtorno mental não recebem tratamento médico nem psicológico. Grande parte das condições são crônicas e 75% dos casos podem persistir até a vida adulta. São problemas como:
• Ansiedade
• Fobias
• Esquizofrenia
• Hiperatividade
• Déficit de Atenção
• Autismo
O recado é claro: crianças também precisam dessa atenção e cuidado.

Embora muitos adolescentes tenham uma boa saúde mental, uma parcela passa por mudanças físicas, emocionais e sociais, além de traumas que podem torná-los mais vulneráveis a transtornos mentais.
Uma pesquisa da OMS afirma que metade dos problemas mentais começa aos 14 anos, mas a maioria deles não é detectada nem tratada. A depressão costuma ser uma das principais causas de doenças e até incapacidades dos jovens. Além disso, há um dado muito alarmante: o suicídio na adolescência é a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos.
É importante estar atento a comportamentos atípicos e problemas nas relações sociais, familiares e no desempenho escolar. Essas “pistas” podem indicar a necessidade de psicoterapia.

Estima-se que 30% dos adultos em todo o mundo atendam aos critérios de diagnóstico para qualquer transtorno mental, sendo que os transtornos de abuso de substância e transtornos do humor são os mais comuns para essa faixa etária.

Os idosos são considerados, em todo o mundo, o grupo mais vulnerável ao suicídio. No Brasil, eles são os que apresentam a maior média, mas o assunto não costuma ser muito abordado. Na terceira idade, o isolamento, a sensação de incapacidade, as limitações físicas, psicológicas e o surgimento de doenças, são fatores que podem levar a casos mais graves de depressão.
Os filhos não estão mais em casa, a aposentadoria, a impossibilidade de exercer a profissão e outras questões são muito marcantes, em alguns casos. É importante buscar apoio psicológico, além de retomar o contato social, fazer amizades e encontrar atividades prazerosas que devolvam a sensação de bem-estar.