Cada uma dessas letras representa vidas como a sua. Todas fazem parte da população LGBT+ e enfrentam diferentes tipos de desafios no dia a dia pessoal e profissional.
LARA
Foi expulsa de casa.
GABRIEL
Convive com piadas agressivas.
BEATRIZ
É chamada de "indecisa".
THIAGO
Nunca teve emprego formal.
Fonte: Revista Galileu e Healthline
Porque o desconhecimento a respeito das condições de vida e dos problemas que essas pessoas enfrentam pode levar ao preconceito. E o preconceito gera prejuízos tanto à comunidade LGBT+ quanto à sociedade como um todo.
EXCLUSÃO SOCIAL E PROFISSIONAL
De acordo com a organização Coqual, em 2016, cerca de 40% dos profissionais LGBT+ já sofreram algum tipo de discriminação no trabalho por conta da sexualidade ou identidade de gênero no país. Desde a piada homofóbica “inofensiva” até a dificuldade de se manter empregado.
Um estudo recente da UFMG e da Unicamp mostrou que 21,6% dos LGBTs entrevistados estão desempregados (de acordo com o IBGE, o índice total no Brasil é de 12,2%). Para transexuais e travestis, as oportunidades e no mercado de trabalho são ainda mais precárias, e cerca de 90% das travestis no Brasil sobrevivem da prostituição.
Não por acaso, segundo dados da Secretaria de Assistência de e Desenvolvimento Social (SMADS) da Prefeitura de São Paulo, 5,3% e 8,9% do total da população em situação de rua em São Paulo pertencem à comunidade LGBT+. Ou seja, a qualificação e a inclusão profissional dessas pessoas são mais do que necessárias.
TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS
A aceitação das pessoas LGBT+ na sociedade ainda é um tabu – e, muitas vezes, a rejeição acontece dentro de casa, pelos familiares. Além disso, conviver com medo da violência, com culpa ou com o sentimento de inadequação podem trazer transtornos psicológicos severos, como depressão, ansiedade e propensão ao suicídio.
Uma pesquisa do coletivo #Vote LGBT mostra que 28% dos LGBT+ relataram já ter recebido algum diagnóstico de depressão – o número para a população em geral fica em torno de 6%.
É por isso que os cuidados com a saúde mental não podem ser deixados de lado – e, hoje, há até uma plataforma on-line especializada no acolhimento e atendimento psicológico LGBT+.
DESCUIDO COM A SAÚDE
Embora já tenham sido relacionadas à comunidade LGBT+, as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), especialmente a Aids, não são restritas a essa população. Pelo contrário: hoje, já se sabe que as contaminações estão relacionadas ao sexo sem proteção com preservativo e à variabilidade de parceiros, e não à orientação sexual.
Porém, eles também enfrentam outros tipos de problemas relacionados à saúde, como preconceito e hostilidade durante consultas médicas. E algumas dessas dificuldades surgem até antes de o atendimento começar, como fazer valer o uso no nome social e ser tratado conforme o gênero com o qual se identifica, por exemplo.
Não existe uma única especialidade médica para tratar os LGBT+ (principalmente transexuais e travestis), mas já existem protocolos nacionais que estabelecem diretrizes nacionais e municipais de atendimento médico tanto em instituições públicas quanto privadas. Esses direcionamentos incluem ações que garantem prevenção de ISTs, tratamentos hormonais para pessoas que estão em processo de adequação de gênero e muito mais.
É sempre importante lembrar que, apesar de cada orientação sexual e identidade de gênero demandar tratamentos e cuidados específicos, existem padrões e protocolos de saúde que independem desses fatores e que todos devem fazer: papanicolau, mamografia, exames urológicos, sorologia, check-ups cardíacos, glicemia e tantos outros! Graças a eles, é possível prevenir ou identificar outros problemas a tempo.