No mundo da maternidade, uma das questões mais debatidas é o aleitamento.
No entanto, muitas vezes vemos um cenário de julgamento constante, em que as mães são criticadas por suas escolhas relacionadas à amamentação.

É hora de mudar essa perspectiva.

O aleitamento
materno é importante.

A Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam que o aleitamento materno ocorra desde a sala de parto, exclusivo e em livre demanda até os seis meses, e que seja mantido, junto com outros alimentos saudáveis, até os dois anos ou mais.

O leite materno é um alimento completo, que atende perfeitamente às necessidades nutricionais do recém-nascido. Ele contém uma combinação única de proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas, minerais e anticorpos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebê.

Além dos benefícios nutricionais, o aleitamento materno estabelece um vínculo afetivo especial entre a mãe e o bebê. O contato pele a pele, o olhar nos olhos e o toque durante a amamentação fortalecem a conexão emocional, promovendo um senso de segurança e bem-estar para ambos.

Mas ele não é instintivo
nem simples…

Existe o mito de que amamentação é uma tarefa instintiva e simples, mas não funciona assim para todas as mães.

Ansiedade, insegurança, privação de sono, pressão materna social, oscilação hormonal e até mesmo a falta de conhecimento sobre o tema, combinadas com os palpites que surgem de todos os lados, podem fazer com que esse momento se torne um verdadeiro desafio.

Em alguns casos, surgem quadros de depressão pós-parto e o chamado baby-blues – uma condição manifestada nos primeiros dias após o parto e ocasiona o sentimento de tristeza.

É importante ter a consciência de que o julgamento nesses momentos pode levar inclusive ao desmame precoce.

Abaixo, vemos alguns dos “conselhos” frequentes e explicamos como eles podem prejudicar.

  1. “Dei mamadeira para os meus filhos desde que nasceram e estão todos aí, com saúde.”

    O aleitamento materno é muito importante, inclusive nas primeiras horas de vida, pois pode reduzir a mortalidade neonatal e ainda ajuda nas contrações uterinas para diminuir o risco de hemorragias na mãe.

  2. “Você só dá leite? Tem que dar sucos, chá e água também.”

    Os bebês com até seis meses precisam apenas do leite materno, não existe necessidade de oferecer chás, sucos, nem água – até mesmo em regiões com temperaturas mais elevadas. Introduzir qualquer alimento nesse período aumenta o risco de diarreia e outras doenças.

  3. “É absurdo não alimentar o bebê exclusivamente no peito.”

    O aleitamento materno exclusivo é o mais indicado, porém, existem casos específicos em que o médico recomenda a complementação com fórmulas. Cada experiência é única e deve ser encarada como tal.

  4. “Esse negócio de livre demanda é frescura, o bebê está fazendo seu peito de chupeta.”

    Livre demanda é o conceito de amamentar o bebê sempre que ele quiser (dia ou noite), o quanto quiser, até que ele se sinta satisfeito. Existem diversos benefícios na amamentação em livre demanda, tanto para mãe como para o bebê.

  5. “Você não faz amamentação com livre demanda?
    Que absurdo!”

    Apesar de proporcionar muitos benefícios, nem todas as mães conseguem realizar a amamentação com livre demanda, principalmente quando trabalham e acaba a licença maternidade. Por isso, também não é legal cobrar que todas as mães optem por esse tipo de amamentação. Cada uma conhece suas próprias possibilidades.

  6. “Criança grande mamando é feio.”

    A amamentação prolongada (após os dois anos de idade) não faz mal, pelo contrário, pode proteger a criança de alergias, infecções, obesidade, otites e outras doenças. Também é muito saudável para as mães, que têm riscos reduzidos de diabetes, infarto e câncer de mama e ovário.

  7. “Por que você não usa o bico de silicone? Eu usei e me ajudou muito.”

    Apesar de parecer uma boa opção, é preciso ter cuidado com o bico de silicone, também conhecido como protetor de mamilo.

    Esse acessório funciona como um intermediário entre a boca do bebê e o seio da mãe, mas pode trazer consequências como: fissuras, pega incorreta, impacto na produção de leite, contaminação por meio do material do bico e até a rejeição do mamilo da mãe posteriormente.

Alguns

conselhos são

até perigosos!

A sabedoria popular nem sempre é confiável.
Apesar de muitos conselhos passarem por gerações com o objetivo de ajudar, eles podem apresentar riscos para mãe e para o bebê, além de contribuírem para o desmame precoce.

Abaixo, citamos alguns desses exemplos bem comuns.

  1. “Essa criança está chorando com fome, seu leite deve ser muito fraco!”

    Não existe leite fraco. O líquido que é fabricado no corpo da mãe é especialmente adaptado para cada fase da criança, e mesmo o colostro é altamente concentrado, cheio de proteínas e nutrientes.

    Muitas pessoas acreditam que o leite de vaca causa mais saciedade, uma vez que os bebês que o consomem dormem por mais tempo. Mas isso acontece apenas porque ele tem uma absorção diferente no corpo da criança, e não por ser melhor ou mais “forte” do que o leite da mãe.

    O mito do leite fraco é um dos que mais fazem as mães realizarem o desmame antes do tempo. Por isso, é importante combatê-lo.

  2. “Seu bebê tem mais de um ano e não come porque você fica amamentando.”

    Os casos em que o bebê opta apenas pelo leite materno em vez de outros alimentos são muito raros. Muitos mamam rapidamente por aconchego e se alimentam bem, e nem mesmo as mamadas mais longas e nutritivas interferem na ingestão de alimentos.

  3. “Tomar cerveja preta ajuda a produzir mais leite”

    Não existem evidências científicas que comprovem esse benefício; e a cerveja, assim como qualquer outra bebida alcoólica, não é recomendada para lactantes. O álcool passa para o leite materno, e isso pode trazer riscos à saúde da criança.

  4. “Você não tem leite? Procura uma amiga que também esteja amamentando para alimentar seu bebê.”

    A amamentação cruzada (quando outra mãe amamenta a criança) é muito contraindicada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois pode trazer diversos riscos ao bebê – inclusive doenças infectocontagiosas.

    A recomendação é que a alimentação seja realizada pela mãe ou por meio de materiais disponibilizados pelos bancos de leite, que realizam processos para assegurar a qualidade do leite oferecido.

Evitando o julgamento e criando um ambiente de apoio

Como vimos, são muitos os palpites e julgamentos pelos quais as mães passam.
Por vezes, a própria mãe sente-se insegura e culpada, principalmente quando as coisas não saem como planejado.

Esses comentários não ajudam e ainda podem desmotivar as mães, levando-as a interromper a amamentação precocemente. Se você realmente quer ajudar uma mãe que está passando por essa fase, existem outras maneiras muito mais produtivas.

Deixe os conselhos de saúde para os profissionais

Sabemos que os conselhos são dados com boas intenções, na maioria das vezes. O problema é que nem sempre eles ajudam como deveriam e podem apenas continuar perpetuando fatos que não são verdade. Por isso, se você perceber que uma mãe está com dificuldades de amamentar, aconselhe-a a buscar por profissionais como pediatras e consultores de amamentação.

Dê apoio psicológico

O apoio psicológico é muito importante. Apesar de os conselhos de saúde serem restritos aos profissionais, existem outras maneiras de aconselhar e acolher as mães.

Os grupos de maternidade, as conversas com amigas que já passaram por essa experiência ou mesmo com os pais, companheiros e familiares podem ajudá-la a adquirir mais confiança durante o processo.

Apoie também com atitudes

Muito além de apoiar por meio do acolhimento, se você deseja ajudar, pode tomar atitudes que parecem simples, mas fazem toda a diferença:

Ao enfrentar os desafios do aleitamento materno, o apoio é fundamental. Enquanto os julgamentos apenas desencorajam e desestimulam, o apoio é o que pode mudar esse cenário, fortalecendo a mãe para essa tarefa tão importante.

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