Julho é considerado o mês de conscientização sobre as hepatites virais e o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais ocorre no dia 28 do mesmo mês. Por isso, planejamos conteúdos para falar sobre os tipos A, B, C, D e E.

Começaremos pela hepatite A e a hepatite E, que têm em comum o fato de serem agudas e não crônicas, ou seja, o paciente elimina o vírus depois da crise. Quer entender melhor sobre elas? Basta continuar a leitura!

Hepatite A

A hepatite A é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus da hepatite A (HAV). Ele produz uma inflamação e necrose do fígado e pode resultar em uma inflamação fulminante ou mesmo falência aguda. Em alguns casos, o fígado é comprometido de maneira que é necessário realizar o transplante.

Transmissão

A transmissão da hepatite A ocorre, principalmente, via fecal-oral (contato de fezes com a boca). Por isso, sua incidência é maior em áreas com pouca higiene e tem relação com alimentos ou água que não são seguros.

A ingestão de mariscos crus contaminados também pode causá-la. Outro modo de transmissão é a relação sexual anal, principalmente se envolver sexo oral-anal.

A disseminação fecal do vírus acontece antes do aparecimento dos sintomas e acaba poucos dias depois deles terem começado a surgir. Por isso, quando ela se torna clinicamente evidente, normalmente a infecciosidade já terminou.

Sintomas da hepatite A

Em crianças menores de 6 anos, cerca de 70% das infecções por hepatite A são assintomáticas. Mesmo quando elas são sintomáticas, não costumam apresentar icterícia (coloração amarelada da pele ou olhos).

Em pessoas maiores de 6 anos, os sintomas podem incluir febre, náuseas, vômitos, mal-estar, anorexia e icterícia. Estes sintomas podem aparecer de 15 a 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses.

Diagnóstico

O diagnóstico da hepatite A é feito por meio de exame de sangue, em que é analisada a presença de anticorpos anti-HAV IgM (infecção inicial), que costumam ser detectáveis por 6 meses. Outra maneira é analisar a presença do anticorpo IgC, para verificar se houve infecção passada ou se há a resposta vacinal de imunidade. Após a infecção e a cura, o corpo produz anticorpos que proporcionam uma imunidade duradoura.

Tratamento

Não existe tratamento específico para a hepatite A. A recomendação médica é evitar a automedicação, uma vez que medicamentos desnecessários podem prejudicar ainda mais o fígado e piorar o quadro. Também deve-se evitar a ingestão de álcool.

Ao apresentar os sintomas, procure orientação médica para alívio dos desconfortos e possíveis perdas de líquidos que possam ter sido causados por vômitos e diarreia. A hospitalização costuma ocorrer somente em casos de insuficiência hepática aguda.

Prevenção

Para prevenir a hepatite A, a melhor opção é a vacina, muito eficaz e segura. Atualmente, ela é recomendada para crianças a partir de 1 ano de idade, com uma segunda dose entre 6 e 18 meses depois. Ela também costuma ser aplicada em outros casos específicos, como em funcionários de laboratórios e pessoas com doenças hepáticas crônicas (ver a lista completa).

Além da vacinação, é preciso melhorar as condições de higiene e saneamento básico, realizando ações como:

  • lavar muito bem copos, pratos, talheres e mamadeiras;
  • lavar as mãos após usar o banheiro, trocar fraldas e antes de preparar alimentos;
  • lavar alimentos com água tratada, clorada ou fervida os alimentos que são ingeridos crus, além de deixá-los de molho por, no mínimo, 30 minutos;
  • não tomar banho ou brincar perto de riachos, chafarizes, valões, enchentes ou locais em que há esgoto;
  • usar preservativos, higienizar as mãos, genitálias, antes e depois das relações sexuais;
  • higienizar acessórios eróticos.

Confira nosso conteúdo e aprenda como lavar as mãos adequadamente.

Hepatite E

A hepatite E é causada pelo vírus E da hepatite, o HEV. Ele costuma causar hepatite aguda de curta duração e autolimitada, mas em gestantes pode ter consequências mais graves, além de, em algumas raras vezes, poder causar infecções crônicas em pessoas que tenham imunodeficiência. Assim como a hepatite A, a hepatite E também produz inflamação e necrose do fígado.

Transmissão

A transmissão do vírus ocorre também de modo fecal-oral, principalmente via alimentos e água contaminada, mas a transmissão de uma pessoa para outra é rara e uma pessoa que é infectada com o vírus da hepatite E pode ou não desenvolver a doença.

Sintomas da hepatite E

Os sintomas também são muito similares ao da hepatite A e podem incluir:

  • perda de apetite;
  • sensação de mal-estar;
  • náuseas e vômitos;
  • febre;
  • dor abdominal;
  • icterícia.

Em adultos jovens, ela costuma ter a duração de 2 a 6 semanas e, em crianças, elas geralmente não têm sintomas ou apresentam sintomas leves e sem icterícia, sendo dificilmente diagnosticadas. Já em gestantes, pode ocorrer a hepatite E fulminante, apresentando riscos para a mãe e para o bebê.

Diagnóstico

Normalmente, os médicos suspeitam da hepatite por conta dos sintomas típicos, incluindo a icterícia. Os exames começam pelos de sangue, que verificam se há lesão hepática e verificam o funcionamento do fígado. Se eles estiverem alterados, os médicos podem solicitar outros exames para ver se há presença do vírus da hepatite.

Tratamento

Assim como na hepatite A, não existe um tratamento específico para a hepatite E. As recomendações são:

  • procurar orientação médica ao observar os sintomas;
  • não consumir bebidas alcoólicas que podem prejudicar ainda mais o fígado;
  • não se automedicar.

Prevenção

De modo geral, a prevenção é a mesma da hepatite A, inclusive o bom saneamento e higiene pessoal. Ferver e tratar a água com cloro inativa o vírus da hepatite E. Também é importante seguir as recomendações já citadas:

  • lavar muito bem copos, pratos, talheres e mamadeiras;
  • lavar as mãos após usar o banheiro, trocar fraldas e antes de preparar alimentos;
  • lavar alimentos com água tratada, clorada ou fervida os alimentos que são ingeridos crus, além de deixá-los de molho por, no mínimo, 30 minutos;
  • não tomar banho ou brincar perto de riachos, chafarizes, valões, enchentes ou locais em que há esgoto.

Para saber mais sobre as hepatites virais, continue acompanhando nossas publicações. Nas próximas falaremos dos outros tipos. Compartilhe a informação com amigos e familiares e ajude a combater este que é um problema de saúde pública.

Confira também a nossa página da campanha: Descuidar da saúde dói no fígado.

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