Quando se trata da prevenção ao HIV, a estratégia mais conhecida e eficiente é o uso da camisinha. De fato, ela segue sendo indispensável, mas, atualmente, existem outras estratégias, como PrEP e PEP, que podem ser combinadas para aumentar ainda mais essa proteção.

Além disso, elas podem ser usadas também em casos específicos em que existe o risco aumentado da contaminação. Continue a leitura e entenda mais sobre essas estratégias preventivas!

O que é PrEP?

PrEP é a sigla para profilaxia pré-exposição. Trata-se de um método biomédico que prepara o organismo para enfrentar o contato com o HIV. Para isso, são ingeridos comprimidos compostos por duas medicações: tenofovir, que já é usado para o tratamento de pessoas vivendo com HIV, e entricitabina (embora não seja comumente utilizada por quem já tem o vírus, também tem ação contra ele).

A PrEP costuma ser indicada para grupos com maior vulnerabilidade à infecção, como homens que fazem sexo com homens, pessoas transexuais, casais sorodiferentes e profissionais do sexo. Além disso, ela também pode ser indicada para outras pessoas, de acordo com as chances de exposição ao HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Antes do início do tratamento, os candidatos à PrEP realizam testes de sorologia para HIV e o repetem a cada 3 meses para confirmar que não ocorreu a contaminação. Se um dos exames tiver o resultado positivo, a PrEP é suspensa e o tratamento para o HIV é iniciado.

Quando tomada de forma correta, a profilaxia pré-exposição tem altas chances de redução do risco do HIV. Porém, a camisinha continua indispensável, mesmo porque existem outras ISTs que não são evitadas pela PrEP.

Efeitos colaterais da PrEP

Este método tem efeitos colaterais baixos e costumam acontecer apenas na fase inicial de seu uso. Alguns deles são: dores de cabeça, perda de apetite, náuseas, tonturas, vômitos, fadiga, dores nas costas, flatulência, entre outros. Caso os sintomas surjam de forma grave ou não passem, é preciso informar ao médico.

Quando se trata de efeitos colaterais de longo prazo, alguns casos raros apresentaram danos aos rins e o tratamento foi suspenso para que o órgão voltasse a funcionar. Por isso, usuários de PrEP precisam realizar exames de urina com regularidade.

O que é PEP?

PEP é a sigla para profilaxia pós-exposição e se trata da combinação de três medicações (tenofovir, lamivudina e dolutegravir) por 28 dias com o objetivo de prevenir a infecção pelo HIV.  Existem ainda outros esquemas de PEP disponíveis que combinam diferentes medicações, mas, em todos eles, a pessoa exposta ao vírus precisa tomar um comprimido, uma vez ao dia.

A diferença entre a PrEP e a PEP é que a primeira é usada como prevenção em grupos com maior grau de vulnerabilidade e a segunda é indicada para casos em que essa exposição já aconteceu.

No início, ela era indicada apenas para casos de acidentes biológicos ocorridos durante o cuidado à saúde e de vítimas de estupro. Porém, hoje, ela já é recomendada mesmo em casos em que a exposição sexual foi consentida, como em situações de rompimento da camisinha com pessoas soropositivas ou mesmo no compartilhamento de agulhas entre usuários de drogas.

No caso da PEP, o tempo é essencial. A pessoa exposta deve iniciar o tratamento em até 72 horas depois da exposição, pois a profilaxia elimina o vírus HIV antes que ele consiga se multiplicar no organismo. Além disso, é importante tomar pelos exatos 30 dias para que o tratamento tenha mais chances de sucesso e há também um acompanhamento por mais 90 dias.

Efeitos colaterais da PEP

Podem haver efeitos colaterais durante o uso da PEP, mas eles costumam ser leves e de fácil controle. O médico irá informá-los, uma vez que eles podem variar de acordo com a combinação ingerida.

Entre os efeitos mais comuns, podemos citar náuseas, vômitos e dores de cabeça, mas também podem surgir quadros de insônia, diarreia, dores abdominais e cansaço.

A testagem também é importante

Atualmente, já é possível encontrar facilmente os testes rápidos para sífilis, HIV e hepatites B e C. A testagem frequente, principalmente de pessoas que tem risco elevado, pode facilitar a detecção da infecção mais precocemente para iniciar o tratamento e interromper a transmissão.

Vale lembrar que o diagnóstico não é mais uma comprovação de que as pessoas com HIV transmitirão o vírus pelo resto de suas vidas. O tratamento do HIV pode torná-lo indetectável e intransmissível e as pessoas soropositivas podem levar uma vida saudável.

Ainda assim, a prevenção continua sendo a maior aliada para evitar a disseminação do vírus. Portanto, nada de abrir mão da camisinha e, quando necessário, busque o uso da PrEP e da PEP. Afinal, um só deslize muda uma vida!