A hepatite é uma inflamação no fígado que apresenta variações como A, B, C, D e E. Campeã de casos no Brasil, ela se manifesta, na maioria das vezes, de forma crônica, sendo considerada uma epidemia global: sua taxa de mortalidade pode ser comparada, por exemplo, às do HIV e da tuberculose.

E o pior: a maior parte dos infectados desconhece seu diagnóstico: em 2016, estimava-se que cerca de 657 mil pessoas possuíam a doença no Brasil. Mas, entre os anos de 1999 e 2018, foram notificados apenas pouco mais de 359 mil casos.

A hepatite C ganhou ainda mais notoriedade no ano de 2020, após os três pesquisadores que descobriram a doença ganharem o Prêmio Nobel de Medicina. Quer saber quais são os sintomas, tratamentos, diagnósticos, formas de transmissão e prevenção da hepatite C? Continue a leitura!

Transmissão

A principal forma de transmissão da hepatite C é o sangue contaminado. Uma pequena quantidade deste sangue, caso entre na corrente sanguínea por meio de cortes, feridas ou seringas usadas, pode causar a infecção.

A transmissão por relações sexuais é possível, mas pouco frequente. A transmissão oral (por beijo, partilha de escovas de dentes, etc.) também é improvável e só ocorre caso existam feridas na boca.

Durante a gravidez e a amamentação, a transmissão também é menos comum. No caso especificamente da amamentação, ela só ocorre em casos de existirem feridas nos mamilos da mãe e cortes na boca da criança.

Por fim, outros meios de transmissão menos prováveis, mas possíveis são: acidentes em ambientes hospitalares, body piercing, tatuagem, hemodiálise e transplante de órgãos de doadores infectados.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), aproximadamente 71 milhões de pessoas em todo o mundo são portadoras crônicas da hepatite C.

Sintomas

A hepatite C normalmente ocorre em duas fases. No início, acontece a infecção aguda, que pode durar até seis meses e tem níveis elevados do vírus no sangue. Quando ela termina, o sistema imunológico consegue controlar a multiplicação do vírus, porém, apenas 15% a 20% dos pacientes são curados.

Os demais evoluem para a hepatite C crônica. O grande problema é que o fígado, por ser um órgão muito resistente, pode ser afetado por muito tempo até acabar demonstrando que há algo de errado. Com isso, quando os sintomas da hepatite crônica aparecem, ele já está muito afetado. De acordo com a Fiocruz, apenas 25% a 30% dos infectados apresentam sintomas, que podem incluir:

  • mal-estar;
  • febre;
  • problemas de concentração;
  • náusea;
  • intolerância ao álcool;
  • dores na região do fígado;
  • perda de apetite;
  • icterícia (pele e olhos amarelados).

Os sintomas podem até ser confundidos com os da gripe ou podem nem existir. Em alguns casos, o portador crônico pode não estar sentindo nada, mas estar desenvolvendo a cirrose e até um câncer hepático.

Diagnóstico

O diagnóstico é muito importante, principalmente porque a hepatite C tem cura! Em geral, ela é descoberta em sua fase crônica, após um teste de rotina ou doação de sangue. Quando a infecção é identificada, a pessoa é encaminhada para o tratamento.

Tratamento

O tratamento da hepatite C é realizado por meio dos antivirais de ação direta (AAD). Além de seguros e eficientes, eles causam menos efeitos colaterais, quando comparados aos tratamentos realizados anteriormente.

Eles são administrados por meio de comprimidos durante 8 a 12 semanas e apresentam uma taxa de cura de mais de 95%. A melhor parte é que esse tratamento pode eliminar a infecção.

Prevenção

Apesar de estarem em desenvolvimento, ainda não existem vacinas para prevenir a hepatite C. Por isso, a melhor maneira de se prevenir é evitar os meios de contágio. As principais recomendações, de acordo com o Ministério da Saúde, são:

  • não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente etc.);
  • usar preservativo nas relações sexuais;
  • não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas;
  • toda mulher grávida precisa fazer, no pré-natal, os exames para detectar as hepatites B e C, o HIV e a sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes; mas, após o parto, a mulher deverá ser tratada.

Além disso, existem algumas recomendações para casos em que a pessoa já foi diagnosticada com hepatite C, como:

  • ter seus contatos sexuais e domiciliares e parentes de primeiro grau testados para hepatite C;
  • não compartilhar instrumentos perfurocortantes e objetos de higiene pessoal ou outros itens que possam conter sangue;
  • cobrir feridas e cortes abertos na pele;
  • limpar respingos de sangue com solução clorada;
  • não doar sangue ou esperma.

Para saber mais sobre as outras formas de hepatite, acesse:

Hepatite A e E: saiba mais sobre esses tipos, formas de prevenção e tratamentos

Hepatite B e D: saiba mais sobre elas e como estão relacionadas

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Julho é o mês da conscientização sobre as hepatites virais. Vamos nos munir de informações e compartilhá-las ao máximo para que elas cheguem ao maior número de pessoas possível. Compartilhe este conteúdo!

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