Uma das dúvidas mais comuns, quando se trata da sigla que representa o movimento, é sobre a maneira certa de nomeá-lo: LGBTQIA+, LGBTQIAP+, LGBT+, LGBTQ+, GLS, GLBT, LGBT? Muitas mudanças ocorreram ao longo dos anos, é normal se confundir quando não há muita proximidade com o tema.

Neste artigo vamos abordar, além do significado da sigla, alguns termos que caíram em desuso, para que você possa apoiar a causa e não cometer erros. Vem com a gente!

A sigla LGBTQIAP+ é uma maneira de incluir

Cada letra da sigla tem o objetivo de incluir um grupo de pessoas de uma orientação sexual ou identidade de gênero diferente do que a sociedade caracteriza como “normal”, ou seja, pessoas cisgênero (que se identificam com o sexo que nasceram) e heterossexuais (que se relacionam com o gênero oposto).

A sigla sofreu mudanças importantes ao longo dos anos, sempre com o objetivo de abraçar a diversidade e dar voz a grupos que antes não eram bem representados. Veja:

GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes): o problema dessa sigla, muito usada antigamente, é que ela colocava todas as pessoas que não fossem gays e lésbicas na categoria de simpatizantes, inclusive heterossexuais que apoiavam a causa. Isso invisibilizava grupos como bissexuais, travestis e transexuais.

GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais): bissexuais e transexuais foram incluídos, mas ainda se falava muito mais na comunidade “gay”, colocando a relação homoafetiva entre homens no protagonismo.

LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais): o “L” passou a ocupar um lugar de maior destaque, para que esse grupo pudesse ganhar mais visibilidade e para realizar um alinhamento com o acrônimo usado nos EUA e na Europa.

A sigla atual

Os últimos anos trouxeram muitas discussões na comunidade LGBTQIAP+ e novos grupos foram incluídos na sigla. A cada nova edição, são propostas novas inclusões e há quem diga que o acrônimo logo poderá ser substituído por “movimento da diversidade sexual”, uma vez que existem muitos grupos e a cada nova letra há o desafio de explicar à sociedade o que ela representa.

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexuais (ABGLT) usa o LGBTI+, porém, outros grupos preferem adotar LGBTQ+ ou LGBTQIA+ e, mais recentemente, LGBTQIAP+.

Os termos considerados mais corretos são: LGBTQIAP+, LGBTQIA+, LGBTI+ e LGBT+.

Significado das letras da sigla LGBTQIA+

Além de usar a sigla correta, é importante entender o que cada letra significa:

  • L (lésbica): mulheres (cisgêneros ou transgêneros) que se atraem por outras mulheres (cisgêneros ou transgêneros)
  • G (gays): homens (cisgêneros ou transgêneros) que se atraem por outros homens (cisgêneros ou transgêneros)
  • B (bissexuais): pessoas (cisgêneros ou transgêneros) que têm preferências sexuais e afetivas por pessoas do mesmo gênero e pelo gênero oposto
  • T: contempla transgêneros (não se identificam com seu sexo biológico) e travestis (preferem ter um papel social feminino, e geralmente não se sentem incomodados com o sexo biológico).
  • Q (queer): são pessoas que não se identificam com os padrões da sociedade e não concordam com eles. Engloba diversas classificações, incluindo as que transitam pelos gêneros e as que não sabem definir seu gênero/orientação sexual
  • I (intersexuais): antes conhecidos como hermafroditas, os intersexuais são pessoas que apresentam variações em cromossomos ou nos órgãos genitais, não permitindo que sejam identificados como masculino ou feminino
  • A (assexuais): sentem pouca ou nenhuma atração sexual pelos gêneros
  • P (pansexuais): pessoas atraídas por outras pessoas, independentemente da identidade de gênero ou sexo biológico
  • +: representa os outros grupos como familiares e amigos (aliados da comunidade), 2 (two-spirit) e polissexuais

Identidade de gênero é diferente de orientação sexual

Enquanto a orientação sexual fala sobre por quem você se atrai (gay, lésbica, bi, pansexual, assexual, entre outros), a identidade de gênero fala sobre quem você é. São chamadas de pessoas cisgêneros aquelas que se identificam com o sexo que lhes foi atribuído ao nascer. Pessoas trasngêneros não se identificam com o sexo biológico. Por isso, pessoas trans podem ser gays, bissexuais, lésbicas etc.

O que é binário e não binário?

Binários são pessoas que se encaixam em um gênero, seja ele feminino ou masculino. Não binário é um termo utilizado para definir pessoas que não se reconhecem nem como homens, nem como mulheres.

A identidade de gênero não binária também pode incluir identidades como o gênero fluido (transita entre os gêneros), os agêneros (sem gêneros), andrógenos, entre outros.

Cuidado com os termos em desuso

Para quem não faz parte da sigla, pode não parecer um erro muito grande usar um termo que já não é utilizado, mas eles costumam ter uma carga semântica muito diferente, fazendo com que sejam considerados insultos para a comunidade LGBTQIAP+. Os mais comuns são:

  • GLS: já falamos dele acima, mas é bom ressaltar que, apesar de ter sido muito utilizado, ele não abarca os outros grupos e seu uso invisibiliza grupos que lutaram muito para ter voz. Prefira utilizar LGBT+, LGBTI+, LGBTQ+, LGBTQIA+ e ou LGBTQIAP+.
  • Homossexualismo: o sufixo “ismo” costuma ser usado para nomear doenças. Na época em que era utilizado, homossexuais eram tidos como pessoas portadoras de enfermidades de ordem mental. Hoje, já se sabe que isso não é verdade e não existem tratamentos nem cura, pois não é uma doença. Foi alterado para homossexualidade, pois o sufixo “dade” significa modo de ser.
  • Opção sexual: este termo é incorreto, uma vez que a sexualidade não é uma opção. Ele costuma ser usado em frases como “temos que respeitar a opção sexual do outro”, geralmente se referindo a homossexuais. Mesmo que a frase seja usada com boas intenções, ela não está correta. O termo mais adequado é orientação sexual.
  • Hermafrodita: antes era o termo utilizado para falar sobre pessoas que nasciam com a anatomia reprodutiva e sexual que não se ajustam às definições típicas do feminino ou do masculino. Hoje, o termo é considerado depreciativo e desatualizado.
  • Casal homossexual: o ideal é substituir pelo sinônimo, que é casal homoafetivo. Isso porque ele ressalta o emocional e afeto envolvido entre pessoas do mesmo sexo/gênero.
  • Mudança de sexo: o termo denota apenas uma vontade de trocar de sexo, quando na verdade, hoje falamos em readequação de sexo e gênero, que consiste em várias estratégias usadas para realizar modificações corporais do sexo, em função de um sentimento de desacordo entre seu sexo biológico e seu gênero.

Se você é heterossexual e cisgênero (se identifica com o sexo que nasceu), mas apoia o movimento, não tem obrigação de conhecer cada data histórica ou detalhe sobre ele, mas é importante buscar informações para ser um aliado e poder também compartilhá-las, levando cada vez mais voz aos LGBTQIAP+.

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