Receber o diagnóstico de HIV positivo não é fácil, mas também é preciso considerar que não é uma sentença de morte. Ao longo dos anos, o tratamento evoluiu e, hoje, diversas pessoas convivem com a infecção normalmente.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil e, dessas, 94% que fazem o tratamento não transmitem mais o HIV por terem atingido a carga viral indetectável.
Além disso, é importante compreender que a infecção pelo HIV não é o mesmo que a aids, uma vez que a doença não necessariamente irá se desenvolver. Neste artigo, abordaremos melhor essas informações e indicaremos os passos necessários para quando ocorre o resultado positivo do teste. Continue a leitura e confira!
O que é HIV positivo?
O termo HIV positivo é usado quando o paciente realiza o teste e descobre-se que ele está infectado pelo vírus. O HIV (human immunodeficiency virus) é um vírus que ataca o sistema imunológico, deixando o organismo sem defesas contra infecções.
Quando a pessoa é infectada, o vírus se multiplica no organismo e altera o DNA do linfócito T-CD4+, rompendo-o e destruindo-o após essa multiplicação. Caso não ocorra o tratamento, a infecção pode avançar e enfraquecer o sistema imunológico até que ele não consiga mais combater os agentes infecciosos.
Diferença entre HIV e aids
É importante entender que uma pessoa que recebe o teste de HIV positivo não necessariamente desenvolverá aids (Acquired Immune Deficiency Syndrome, em português, síndrome da deficiência imunológica adquirida).
Isso porque leva um tempo para que a pessoa contaminada desenvolva a doença e muitos soropositivos (nomenclatura usada para pessoas que têm o vírus do HIV) vivem anos sem desenvolvê-lo e sem ter sintomas da aids.
Porém, é importante ressaltar que, mesmo sem desenvolver a doença, portadores de HIV podem transmitir o vírus para outras pessoas, a menos que façam o tratamento com antirretrovirais e tenham a carga viral indetectável em exames durante seis meses no mínimo.
Entenda o que é carga viral indetectável
O conceito de carga viral indetectável é baseado em evidências científicas e aceito por cientistas e instituições de todo o mundo. Basicamente, ele aponta que pessoas vivendo com HIV/aids com carga viral indetectável há pelo menos seis meses e que realizam o tratamento de forma adequada têm um risco insignificante de transmitir o vírus pela via sexual.
A Nota Informativa Nº 5 de 14 de maio de 2019, divulgada pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das ISTs, do HIV/Aids e das Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde (DIAHV/SVS) do Ministério da Saúde aponta que o uso de preservativo ainda é essencial, ainda mais levando em consideração que existem outras Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Além disso, a prevenção dos parceiros também pode ser ampliada através da profilaxia pós exposição (PEP) e da profilaxia pré-exposição (PrEP).
O impacto positivo desse termo é amplo, uma vez que as pessoas poderão sentir-se mais confiantes de ter relações sexuais e poderão realizar o planejamento familiar com mais tranquilidade, além de combater estigma de que as pessoas soropositivas não possam se relacionar sem apresentar riscos aos parceiros.
Quando realizar o teste de HIV?
Normalmente, a suspeita de infecção por HIV ocorre após o comportamento de risco como relações sem preservativo, compartilhamento de agulhas e seringas, entre outros. Os sintomas por vezes surgem algumas semanas após a infecção e podem se assimilar a uma gripe com febre, dor de garganta e fadiga. Depois, eles podem sumir e os portadores podem passar duas a três décadas na fase assintomática ou indeterminada da doença.
Por isso, é importante realizar o teste em caso de comportamento de risco, mesmo que não haja sintomas aparentes. Também é preciso lembrar que existe uma janela imunológica, que é o tempo da infecção até que a detecção de anticorpos anti-HIV possa ser feita pelo teste. Na maioria dos casos, essa janela imunológica é de 30 dias.
O que fazer após receber o teste de HIV positivo?
Após o resultado positivo, normalmente é feito o teste complementar para confirmar a presença do vírus e iniciar o tratamento. No caso da confirmação do positivo, uma equipe de profissionais, além do médico, transmitirá todas as informações necessárias para os próximos passos.
O acompanhamento médico é essencial, bem como o tratamento, que é baseado nos medicamentos antirretrovirais que possibilitam diminuir e até suprimir o vírus no sangue, controlando a doença. Apesar de não existir ainda uma cura, o tratamento possibilita qualidade de vida e até a carga viral indetectável.
Após tomar todos os cuidados com a própria saúde, é recomendado entrar em contato com as pessoas com quem se relacionou para que realizem os testes e evitem a transmissão do vírus caso tenham sido detectados. No entanto, é importante lembrar que não é obrigatório contar sobre o seu estado sorológico para ninguém, mas, ao fazê-lo, você pode evitar que a pessoa desenvolva o vírus e o transmita sem saber.
Também é importante que você conheça seus direitos. Existe a lei n° 12.984, de 2014, que define como crime todo tipo de discriminação com portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e doentes de aids.
Ela estipula que é crime realizar ações discriminatórias a pessoas soropositivas, inclusive negar emprego ou trabalho, segregar no ambiente escolar ou profissional, recusar atendimento de saúde ou mesmo divulgar a condição do portador do HIV ou de doente de aids para constrangê-lo.
Caso alguma dessas ações aconteçam, é possível realizar um boletim de ocorrência ou entrar em contato com órgãos como o Núcleo Especializado de Defesa da Diversidade e da Igualdade Racial ou a Defensoria Pública.
Nós criamos a campanha “Um só deslize muda uma vida” com o intuito de conscientizar as pessoas da importância da prevenção das ISTs. Confira abaixo o vídeo e compartilhe a campanha para nos ajudar nessa missão!