Nos últimos anos, as notícias a respeito da mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos) aumentaram e, consequentemente, o mundo entrou em alerta, temendo esse novo vírus.
De 2022 a 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou mais de 99.176 casos de mpox em 116 países. Mas será que há risco de uma nova pandemia? Quais são os sintomas da doença? E os meios de transmissão? A seguir, você confere tudo o que precisa saber!
Por que ela tem esse nome?
A varíola dos macacos (mpox) é uma doença causada pelo vírus monkeypox, descoberto em macacos exportados da África para a Dinamarca (monkey = macaco; pox = varíola, em inglês).
Tempos depois, cientistas descobriram que os macacos não eram os principais hospedeiros da doença, ou seja, eles poderiam ser infectados, assim como os seres humanos, mas não eram os responsáveis pela transmissão. Ainda não se sabe exatamente qual animal mantém esse vírus na natureza, mas há suspeitas sobre roedores.
Sintomas e letalidade
Essa doença pode apresentar os seguintes sintomas:
- Febre
- Dor no corpo
- Dor de cabeça
- Lesões e erupções na pele (começam no rosto seguem para o tronco)
As taxas de letalidade ficam entre 1% e 10%, com os casos mais graves ocorrendo em crianças e pessoas com imunidade comprometida.
Como acontece a transmissão de mpox?
O vírus monkeypox pode se espalhar entre pessoas através do contato físico com:
- Animais infectados (roedores e primatas)
- Pessoas que apresentem sintomas (principalmente contato com as erupções na pele e fluidos corporais, como a saliva)
- Roupas, lençóis, toalhas, talheres e pratos contaminados
A transmissão da mãe para o bebê através da placenta é possível. No entanto, não há evidências de contágio sexual do vírus.
Diagnóstico
O diagnóstico da mpox é feito por meio de exames laboratoriais de teste molecular ou sequenciamento genético a partir de amostras da secreção das lesões. Em casos em que as secreções ainda estão secas, o material coletado são as crostas.
Tratamento
O tratamento para a mpox não é específico. O paciente deve ser acompanhado por um médico, e a recuperação geralmente ocorre em algumas semanas.
Corremos o risco de uma nova pandemia?
Em países da África Ocidental e Central, a varíola dos macacos é considerada endêmica, ou seja, ocorre em territórios específicos e continua a provocar novos casos.
Apesar de a maioria das contaminações recentes terem surgido na Europa e de ainda não haver uma explicação clara para isso, segundo a Organização Mundial da Saúde, o risco de uma pandemia de varíola dos macacos é moderado.
Quando comparada ao novo coronavírus, a varíola dos macacos:
- Tem forma de contágio mais difícil
- Apresenta sintomas mais fáceis de identificar
- É conhecida e estudada desde a década de 1950
É importante ressaltar que o alerta não indica que a doença se transformará em uma pandemia. A microcefalia causada pelo Zika Vírus também foi declarada uma emergência, mas a doença nunca atingiu a classificação de pandemia.
O termo “pandemia” só se aplica quando há transmissão sustentada do surto em vários continentes, o que não está acontecendo com a mpox.
Quais são as formas de prevenção?
- Buscar atendimento médico em caso de sintomas
- Evitar o contato próximo (toque, beijo ou sexo) com pessoas infectadas ou com suspeita
- Limitar o número de parceiros sexuais
- Evitar compartilhar roupas de cama, toalhas e outros objetos
- Utilizar máscaras
- Higienizar as mãos regularmente
Atualizações
No dia 14 de agosto de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou novamente uma emergência de saúde pública global devido à mpox, em razão do avanço da doença em países africanos e da identificação de uma nova cepa do vírus, mais grave e transmissível. Até o momento, cinco países do continente africano e a Suécia, na Europa, já identificaram casos dessa nova linhagem.
O alerta surgiu devido à rápida propagação da doença no continente africano. Na República Democrática do Congo (RDC), por exemplo, foram registrados 4 mil casos, incluindo 450 mortes. Além disso, na África Central, quatro países que não haviam registrado casos confirmaram infecções pela primeira vez em 2024.
A preocupação agora é porque a versão do vírus que se propaga na África e foi detectada na Europa é mais letal. A mpox é dividida em duas linhagens principais: Clado 1 e Clado 2. A cepa responsável pela emergência de 2022 foi a do Clado 2, que é mais branda e com maior transmissão associada à capacidade de se disseminar via relações sexuais (mutação Clado 2b).
Contudo, no fim de 2023, a OMS identificou uma nova versão do Clado 1, que apresenta maior mortalidade e circulava principalmente na RDC. Ela também passou a se disseminar por transmissão sexual. Essa nova variante, chamada Clado 1b, está ligada à explosão de casos e mortes no país em 2024.
Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, foram notificados 709 casos de mpox no Brasil, com um total de 16 óbitos, sendo o mais recente registrado em abril de 2023. No entanto, nenhum deles está relacionado ao Clado 1b, responsável pelo surto na África Central.
A vacina para mpox já existe, mas a vacinação em massa não é recomendada. A estratégia atual foca em grupos de risco, como pessoas que tiveram contato próximo com infectados e profissionais de saúde que trabalham em ambientes de exposição.
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Atualizado em 20/08/2024.