O guia de amamentação para mamães de primeira viagem.

Amamentar talvez não seja lá esse conto de fadas todo que te ensinaram por aí.

Mas nem por isso deixa de ter final feliz.

E como pra todo final existe um meio, este é um guia prático – e nada convencional – pra te auxiliar nesse caminho.

Guia de Amamentação
Tal mãe, tal filho

BOM PRA MAMÃE

O seu guia de amamentação já começa ensinando que a amamentação não beneficia só o bebê:

Ela ajuda a evitar que a mãe enfrente males como a osteoporose, a diabetes tipo 2, o câncer (mama, ovário e útero), o sangramento no útero e doenças cardiovasculares. E ainda dá um help na autoestima – recuperando o peso anterior à gravidez – e combate a depressão.

BOM PRO BEBÊ

  • Aumenta o laço entre mãe e filho
  • Melhora a digestão e minimiza as cólicas
  • Protege contra infecções e reduz a mortalidade (crianças de até 5 anos)
  • Previne doenças contagiosas, como a diarreia
  • Reduz o risco de alergias respiratórias, hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade
  • Ajuda no desenvolvimento da cognição (inteligência) e da cavidade bucal (dentes).

Além de tudo isso, o organismo da mãe se adapta às necessidades do bebê! Um bebê com alguma infecção, por exemplo, usufruirá de um leite rico em defesas para combatê-la.

Guia de Amamentação
Mamães que já amamentam
Se tudo vai bem, ainda bem! Mas informação nunca é demais.

De mais a mais, vai que alguém que você conhece tá precisando também…
Pra isso, conte com este guia de amamentação.

QUANDO & QUANTO

Até os 6 meses, a amamentação deve ser exclusiva, pois o leite é capaz de suprir todas as necessidades do bebê.

A partir dos 6 meses, deve-se introduzir a alimentação, pois, até os 12, o leite fornece cerca de metade da energia que o bebê precisa:

  • 6º mês: frutas (amassadas ou raspadas) e primeira papa principal (almoço ou jantar)
  • 7º ao 8º mês: segunda papa principal (almoço ou jantar)
  • 9º ao 11º mês: passar, gradativamente, para a refeição da família com ajuste da consistência
  • 12º mês: observar a adequação dos alimentos consumidos em família

Até os 24 meses, a amamentação pode continuar sendo complementar, pois, a partir dos 12, ela ainda representa cerca de 1/3 da necessidade do bebê.

OPEN BAR?

Um bebê saudável mama, em média, de 8 a 12 vezes por dia.

Mas isso não é regra! De acordo com o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a amamentação deve ser por livre demanda.

PEGA UM, PEGA GERAL!

Na hora de mamar, a pega correta é importantíssima. Mas nem por isso complexa:

1 Abra bem a boca do bebê e envolva todo o mamilo de forma que o queixo da criança encoste na mama.

2 Os lábios devem estar virados para fora (boca de peixinho) e as bochechas arredondadas (cheias de leite).

3 A aréola deve ficar mais visível acima do que abaixo da boca do bebê, e seu lábio inferior voltado para fora.

4 A sucção precisa ser lenta, profunda e ritmada, sendo possível ver e ouvir a deglutição do leite.

EXTRA Para ajudar no “encaixe”, posicione o polegar acima da aréola e o indicar abaixo, formando um “C”. Em relação à sensibilidade dos mamilos, tomar 15 minutos por dia de sol na região pode ajudar.

NÃO É FOTO, MAS POSE É TUDO!

Adotar uma posição confortável para mãe e filho(a) é essencial. Isso facilita a amamentação e preserva a mama de ferimentos e desconfortos:

SEM DISPUTA ENTRE AS MAMAS!

É normal que a saída de leite seja maior em um dos peitos.

O bebê é esperto e sempre dá preferência ao de maior fluxo, por isso, sempre ofereça as duas mamas igualmente.

O AMOR NÃO É UMA DOR…

Não é normal surgirem fissuras e rachaduras nos seios, nem sentir dor durante o ato – isso pode indicar que o bebê não está pegando o peito corretamente.

Para ajudar, hidrate o mamilo e a aréola passando o próprio leite na área.

O LEITE TEM QUE SER DERRAMADO (no pote)!

Leite acumulado endurece e deixa o peito dolorido.

Isso ocorre quando o bebê não consegue sugá-lo ou consome menos do que é produzido. Faça massagem com movimentos circulares e, em seguida, realize a ordenha para armazenar ou doar o excesso. E por falar em doar, sabia que “Amor de Mãe Também Cabe Num Vidrinho”? Confira a campanha de 2020 e saiba tudo sobre o assunto!

AMOR QUE VEM DO PEITO NUNCA É FRACO!

O leite final (quando a mama é totalmente esvaziada) possui maior teor de gordura, o que faz o bebê ganhar peso e se sentir saciado.

Mas o leite anterior também é ótimo (e indispensável), apesar de menos calórico.

O primeiro leite que a mãe produz quando começa a amamentar chama-se colostro. Mais espesso e amarelado, ele é o alimento ideal para o recém-nascido, pois tem papel fundamental no desenvolvimento imunológico da criança.

SE VOCÊ BEBE, SEU BEBÊ BEBE

Bebidas alcoólicas são contraindicadas até que o bebê tenha pelo menos 6 meses.

Após esse período, sempre que for amamentar, aguarde até que a substância seja eliminada do organismo: cerca de 2h para cada dose de álcool (1 lata de cerveja, 1 taça de 100 ml de vinho ou 30 ml de destilado).

E SE FUMA, TAMBÉM!

Seu guia de amamentação adverte: fumar é contraindicado em qualquer fase, ainda mais nesta!

Além do tabaco prejudicar a produção de leite e nutrientes, as substâncias do cigarro passam para o bebê por meio da amamentação. Se você amamenta e ainda fuma, jamais ultrapasse a marca de 10 cigarros/dia.

1 É POUCO, 2 É BOM, 3 TAMBÉM… (e por aí vai)

Cansou só de imaginar, né? Mas calma, o corpo que gesta 2 ou mais bebês está preparado para nutri-los.

Não se preocupe com a diferença de “fome” entre eles – isso é absolutamente normal – nem com o fato de que nem sempre eles mamarão juntinhos.

Você vai precisar de ajuda? Vai! Por isso, sua rede de apoio é tão importante. E procure também por grupos de mães que amamentaram múltiplos para colher dicas e depoimentos.

AMAMENTAÇÃO & COVID-19

Não há evidências de que o leite materno transmita o novo coronavírus.

Mas mães que têm suspeita ou testaram positivo para a Covid-19 devem manter cuidados básicos de higiene: lavar as mãos e as mamas (só com água) antes da mamada, usar máscara e evitar que o bebê toque seu rosto, olhos ou cabelos.

Evidência mesmo só a que mães vacinadas imunizam seus bebês a partir da amamentação. Aproveitando o embalo, jogue o nosso Quiz Para Mamães e tire todas as suas dúvidas sobre a amamentação em meio à pandemia.

VOU VOLTAR AO TRABALHO, E AGORA?

Se você está de home office, fica mais fácil.

Mas ainda que não esteja, o bebê não precisa ser desmamado por isso. Amamente direto do peito pela manhã, no fim da tarde ou no meio da noite. E quando não estiver com o bebê, faça pequenos estoques. Mas lembre-se: o leite só pode ser armazenado no congelador por até 15 dias.

Confira o nosso Manual de Retorno ao Trabalho!

Guia de Amamentação
Mamães que não conseguem
A amamentação sempre foi (e ainda é) exageradamente romantizada, o que gera uma enorme e prejudicial cobrança sobre as mães. Mas aqui no seu guia de amamentação não!

Em geral, a maior parte das mulheres consegue amamentar, mas pode enfrentar dificuldades iniciais por conta de fatores práticos como os da primeira parte deste guia de amamentação (corre lá se for o seu caso).

Mas é indispensável saber que, ainda que você não consiga, isso não te faz menos mãe. Até porque pra tudo se dá um (ou uns) jeito(s). Vamos a ele(s)?

CHAMA NO EXPERT

Em tempos de fake news, nada de sair por aí testando métodos alternativos.

Busque se informar com seu médico, com o pediatra do bebê, nutricionistas ou consultoras de amamentação para saber se, de fato, é o caso de renunciar à amamentação convencional.

Pra te ajudar nisso, procure a Maternidade Rede D’Or São Luiz mais próxima de você.

AMOR DE MÃE TAMBÉM CABE NUM VIDRINHO!

Se a alternativa é recorrer à doação, procure por um banco de leite confiável.

Nele, o leite é tratado, pasteurizado e isento de qualquer possibilidade de transmissão de doenças. Quer tirar todas as dúvidas?

Confira a nossa campanha sobre o assunto!

KEEP CALM & RELACTE

Uma alternativa pra quando a amamentação é muito escassa ou inviável é a relactação:

Técnica em que é dado ao bebê fórmulas, leite animal ou leite humano pasteurizado através de sonda ou kit de relactação.

MÃE NÃO É TUDO IGUAL!

Por melhor que seja a intenção, a amamentação cruzada – quando uma mãe amamenta o filho de outra – é muito arriscada, pois o bebê pode ser contaminado por doenças infectocontagiosas, como a Aids, a hepatite B etc. – mesmo em família!

A REDE DE APOIO

Se você nunca ouviu falar da rede de apoio na amamentação, muito provavelmente você nunca precisou dela.

Ela consiste no conjunto de pessoas, grupos e instituições que apoiam a mulher durante esta fase. Seja auxiliando nas tarefas do dia a dia, cuidando do bebê enquanto ela descansa ou ajudando-a no cuidado com a saúde, a rede de apoio é indispensável neste momento de tanta exigência física e emocional.

Saiba as incontáveis formas de atuação da rede de apoio em dorconsultoria.com.br/portfolio/rede-de-apoio.