Dia da Mulher: por que não devemos romantizar a sobrecarga

Ser capaz de fazer tudo, em todo lugar e ao mesmo tempo pode até soar como talento. Mas quem é mulher sabe que não tem nada de romântico (e sim de prejudicial à saúde) em precisar se desdobrar diariamente para conciliar carreira, estudos, casa, família (e por aí vai).

No mês que marca o Dia da Mulher (8 de março), que tal refletirmos sobre como se dá a sobrecarga mental e física sofrida por elas nos ambientes doméstico ou profissional – na maior parte do tempo, em ambos – e o quanto romantizá-la torna seu combate ainda mais difícil. Continue lendo!

 

Dia da Mulher em casa

Atenção redobrada a quem sofre com as duplas jornadas! Antes mesmo da pandemia, dados do IBGE já mostravam que, em média, uma mulher dedicava 18,5 horas semanais a tarefas domésticas e cuidados com pessoas da família, crianças e idosos. Enquanto, nessas mesmas atividades, um homem dedicava em torno de 10,3 horas por semana.

Já no auge da pandemia, durante o isolamento social, além das responsabilidades domésticas que não cessaram – muito pelo contrário, elas se intensificaram com mais tempo dentro de casa –, estacionou-se sobre as mulheres outro tipo de aflição: extremamente cansadas, elas se viram agora preocupadas com a renda familiar, com a carga de trabalho e com a manutenção de seus empregos.

Não à toa, a saúde mental acusou o golpe: durante a pandemia, dentre as mulheres que seguiram trabalhando, 40,5% apresentaram sintomas de depressão; 34,9% de ansiedade; e 37,3% de estresse. E por falar em trabalho…

 

Dia da Mulher no trabalho

Quando o assunto é sobrecarga feminina no ambiente profissional, são infinitos os aspectos que se somam aos pessoais discutidos anteriormente e acabam sendo postos na balança: as condições de trabalho, o excesso de atribuições, os relacionamentos interpessoais, o ambiente, a pressão…

E quando a carga dessa balança sobra para o lado negativo, é comum se deparar com quadros de cansaço excessivo (Síndrome de Burnout), desmotivação e até o desenvolvimento de doenças.

 

E na liderança

Se falarmos dos casos em que as lideranças são protagonizadas por mulheres, aí o buraco é ainda mais embaixo: mais de 50% das mulheres responsáveis pela gestão de pessoas e equipes relatam que costumam ou quase sempre estão esgotadas.

Entre os principais motivos dessas negativas consequências, estão o excesso de responsabilidades e a ausência de apoio frente às tarefas que exigem alto grau de execução, além, é claro, das cargas e pressões comuns a quem precisa se resguardar e afirmar para garantir respeito e reconhecimento entre os colegas.

Para piorar, é comum que, apesar de terem melhores formações profissionais, elas tenham renda inferiores à dos homens.

 

Como melhorar o Dia da Mulher

Se você é homem e quer tornar mais justo não só o dia, mas a rotina de mulher, reflita como seu papel na sociedade e no dia a dia dela (seja enquanto companheiro, familiar, amigo ou colega de trabalho) pode contribuir para melhoras em todos os aspectos discutidos acima.

Se você é mulher e tem experienciado qualquer sintoma prejudicial à saúde (física ou emocional), procure ou peça ajuda. Você não precisa dar conta de tudo sozinha!

Aproveite e confira a campanha “Quem dá conta de tudo?”:

8 de março

Dia Internacional da Mulher