A imunização é uma importante estratégia para a saúde pública, uma vez que previne a disseminação de doenças. Constantemente, são desenvolvidas novas vacinas para aprimorar cada vez mais a eficiência da imunização.

Foi o que aconteceu com a vacina da dengue, aprovada recentemente pela Anvisa, o imunizante Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma. Quer saber mais sobre o novo imunizante e como ele se diferencia do anterior que era disponibilizado no Brasil? Basta continuar a leitura!

O que muda com o novo imunizante Qdenga?

A vacina da dengue disponível até então era a Dengvaxia, fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. Ela só era recomendada para pessoas que já haviam sido infectadas pelo vírus da dengue e tinha como objetivo proteger contra uma segunda infecção, que costuma ser mais agressiva e pode levar à morte.

O novo imunizante Qdenga pode ser aplicado em pessoas de 4 a 60 anos que tiveram ou não a doença. Ela protege contra os quatro tipos de dengue e não precisa ser repetida de tempos em tempos. Como o vírus da dengue não tem mutações, ela precisará ser administrada em apenas duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.

Como a Qdenga funciona?

Quando uma pessoa é infectada por um dos quatro tipos do vírus da dengue, ele ainda está exposta a uma reinfecção pelos outros três tipos, podendo, inclusive, ter um risco aumentado de doença grave.

De acordo com a fabricante Takeda Pharma, a Qdenga se baseia no sorotipo 2 do vírus atenuado. Por sua vez, ele oferece o “esqueleto” genético para os quatro sorotipos do vírus da dengue e, portanto, protege contra qualquer um desses sorotipos.

A nova vacina contra dengue é segura?

Todas as vacinas são testadas e avaliadas antes de serem distribuídas, e com a Qdenga não foi diferente. O imunizante passou por 19 estudos com mais de 28 mil crianças e adultos durante quatro anos e meio. É possível conferir mais informações no estudo Efficacy, Safety and Immunogenicity of Takeda’s Tetravalent Dengue Vaccine (TDV) in Healthy Children (TIDES).

Além disso, o imunizante foi avaliado pela agência sanitária europeia (European Medicines Agency – EMA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anivsa) e está sujeita ao monitoramento de efeitos adversos, por meio de ações de farmacovigilância.

Por que é tão importante se vacinar contra a dengue?

A dengue é transmitida por mosquitos infectados e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 100 a 400 milhões de infecções ocorrem a cada ano. Em 2022, o Brasil registrou mais de 1,4 milhão de casos de dengue e mais de 1.000 mortes de acordo com o Ministério da Saúde, número que representa um aumento de 162,5% nos casos em comparação com 2021.

Embora as infecções possam ser assintomáticas ou apresentar sintomas leves, ocasionalmente, a dengue causa quadros graves, como a dengue hemorrágica, e morte. Além disso, as hospitalizações impactam o sistema de saúde, não apenas por conta das pessoas contaminadas, mas também na capacidade dos médicos de prestar atendimento de saúde a outros pacientes.

A vacinação da dengue pode auxiliar no quadro, mas a prevenção continua essencial. Como a transmissão ocorre por meio do mosquito da dengue, o Aedes aegypti, o ideal é eliminar os criadouros, que são locais de água parada onde eles se reproduzem.

Assim como a vacina da dengue, a imunização contra outras doenças é muito importante. Confira agora nossa campanha “Sem vacina, o futuro é incerto”.

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