Os cuidados com a saúde devem ser prioridade para todos, mas existem algumas doenças mais frequentes na população negra. Continue a leitura para saber quais são!

Por que existem doenças mais frequentes na população negra?

De acordo com o Ministério da Saúde, a maior ocorrência de determinadas doenças na população brasileira afrodescendente é influenciada por características de ordem genética e também por fatores socioeconômicos, que incluem o regime de escravatura vivido até o final do século XIX e também a situação de exclusão social, presente até nossos dias, de grande parcela dessa população.

Combater as desigualdades e garantir acesso à saúde para pessoas de todas as cores da pele é fundamental. Mas é sempre bom reforçar que bons hábitos no dia a dia e acompanhamento médico com regularidade podem evitar essas condições.

Quais são as doenças mais comuns em pessoas negras?

Confira abaixo as doenças mais frequentes na população negra e as principais características de cada uma delas:

1. Hipertensão

A hipertensão é uma doença crônica em que a pressão arterial está acima de 140×90 mmHg. O aumento da pressão ocorre quando os vasos sanguíneos ficam mais estreitos ou perdem sua elasticidade, aumentando o esforço do coração para bombear o sangue por todo o corpo.

  • Sintomas: náuseas; tontura; dor de cabeça forte; sangramento pelo nariz; zumbido no ouvido; dificuldade para respirar; cansaço excessivo; visão embaçada; dor no peito; perda da consciência e ansiedade excessiva.
  • Tratamento: além de mudanças no estilo de vida, médico pode recomendar o uso de remédios anti-hipertensivos, como diuréticos ou beta-bloqueadores, para reduzir a pressão arterial.

 2. Anemia falciforme

As pessoas com anemia falciforme têm os glóbulos vermelhos com a aparência de uma meia lua, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos sanguíneos menores, além de prejudicar a circulação de oxigênio pelo corpo.

O teste do pezinho, feito em bebês logo depois que nascem, pode diagnosticar precocemente a doença – sendo fundamental para salvar vidas. Em outras idades, o diagnóstico é feito por meio de exame de sangue.

  •  Sintomas: dores fortes nos ossos e articulações; palidez; icterícia; atraso no crescimento; tendências a infecções; crises de dor abdominal e lombar.
  •  Tratamento: o tratamento para a anemia falciforme é crônico, ou seja, é para a vida toda, e envolve uso de medicamentos para evitar dores e infecções, usar de máscara de oxigênio quando necessário e possíveis transfusões sanguíneas.

3. Diabetes tipo 2

A doença ocorre quando há uma resistência da ação da insulina nos órgãos periféricos (músculos e tecido adiposo); e também pode haver um defeito progressivo na secreção de insulina pelo pâncreas, o que causa aumento dos níveis de açúcar no sangue. A resistência à insulina é o fator inicial no desenvolvimento da doença, e muitas vezes aparece anos antes da Diabetes se estabelecer.

Ao contrário, na diabetes tipo 1 existe uma destruição autoimune das células do pâncreas responsáveis pela secreção de insulina, ocasionando o início da doença de forma abrupta pela ausência de insulina no corpo.

  • Sintomas: na grande maioria dos casos, a diabetes tipo 2 não apresenta sintomas. Só quando os níveis de glicose estão muito elevados no é que podem surgir sinais como perda de peso, fome e sede excessivas e vontade frequente de urinar/aumento do volume de urina.  Quando não controlada, a doença pode causar lesões em órgãos como rins, olhos e nervos.
  •  Tratamento: o tratamento para a diabetes tipo envolve medicações orais ou, dependendo do caso, de insulina. Porém, o ponto principal tanto para evitar quanto para controlar a diabetes tipo 2 é investir em dieta equilibrada e atividade física regular.

 4. Glaucoma

O glaucoma é provocado pela elevação da pressão ocular, causando danos ao nervo ocular e comprometendo o campo de visão aos poucos. Quando não tratado, pode levar à cegueira.

  • Sintomas: a doença pode se desenvolver durante meses ou anos sem mostrar sintomas. Eles só começam a surgir nas fases mais avançadas, quando a pessoa começa a perder a visão periférica (ela enxerga bem o que está na sua frente, mas não o que está dos lados).
  • Tratamento: mesmo não tendo cura, é possível reduzir a pressão intraocular causada pelo glaucoma utilizando colírios, medicamentos e tratamentos a laser. Além disso, condições como hipertensão podem agravar o caso e devem ser controladas também.

5. Câncer de próstata

Esse tipo de câncer é definido pelo crescimento rápido das células na próstata, glândula que apenas os homens têm. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é o segundo tipo de câncer mais comum em homens.

  •  Sintomas: dificuldade para urinar; sangue ao urinar ou ejacular; insuficiência renal e dor nos ossos.
  • Tratamento: com diagnóstico precoce e tratamentos como radioterapia, quimioterapia, intervenções cirúrgicas e outras medicações, é possível curar o câncer de próstata.

 O caminho é a prevenção

Embora exista predisposição genética para que pessoas negras desenvolvam essas doenças, é importante reforçar que os bons hábitos no dia a dia são capazes de evitar algumas dessas doenças. Entre eles:

  • Manter uma alimentação rica em fibras, legumes e verduras;
  • Evitar o uso do sal;
  • Fazer atividade física;
  • Manter os exames de rotina sempre em dia;
  • Consultar um médico com regularidade;
  • Fazer uso de medicações receitadas pelo médico;
  • Estar atento a sinais e sintomas;
  • Evitar o cigarro;
  • Consumir álcool com cautela.

Mês da Consciência Negra

Fatores como exclusão e vulnerabilidade social aumentam a presença de doenças mais frequentes na população negra. Por isso, é fundamental estimular o autocuidado, fazer acompanhamento de saúde e seguir as recomendações médicas para ajudar a construir uma sociedade saudável e sem preconceitos para todas as cores de pele. Assista ao vídeo para saber mais:

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