A doação de órgãos é um ato de solidariedade muito importante e que pode levar a esperança e a vida a muitas pessoas. Porém, de acordo com a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE), no Brasil, a cada milhão de pessoas, menos de 20 são doadoras.
Entre os motivos pelos quais isso ocorre estão a falta de informação e até o preconceito sobre o processo. Por isso, reunimos informações confiáveis sobre o tema. Confira e tire suas dúvidas!
Como é feita a doação de órgãos?
A doação de órgãos consiste em um procedimento em que partes do corpo como os órgãos e tecidos são removidos para ser usados no tratamento de outros indivíduos, em casos em que não existem outras formas de tratamento.
Muitas partes do corpo podem ser cedidas, de modo que cada doador pode salvar oito vidas ou mais. Existem dois tipos de doador, como mostramos abaixo.
Doador vivo
Pessoa maior de idade e juridicamente capaz, que esteja saudável e concorde com a doação – que não pode prejudicar sua saúde. As partes que podem ser doadas são: um dos rins, parte da medula, parte dos pulmões, parte do fígado.
É preciso ter compatibilidade sanguínea, e a legislação permite parentes de até quarto grau (se não for parente, é preciso ter uma autorização judicial).
Doador falecido
O doador falecido é aquele que sofreu morte encefálica ou morte causada por parada cardiorrespiratória. Quando há morte encefálica, é possível realizar a doação de diversos órgãos e tecidos, como rins, coração, pulmão, ossos, músculos, tendões, medula óssea, pâncreas, sangue do cordão umbilical, entre outros.
Já na morte por parada cardiorrespiratória, apenas a doação de tecidos como peles, ossos e córnea pode ser realizada. Porém, em ambos os casos, será necessária a autorização de um familiar.
O que é morte encefálica?
É considerada morte encefálica quando ocorre a perda total e irreversível das funções encefálicas cerebrais. Nesses casos, mesmo que ainda haja batimentos cardíacos, a respiração só ocorre com a ajuda de aparelhos, e a parada cardíaca será inevitável.
Existe uma carteirinha de doação de órgãos?
Sim. Existem associações que disponibilizam a carteirinha de doação de órgãos, porém, ela serve para ajudar no convencimento da família, expressando a sua vontade de ser um doador. Ou seja, somente ter a carteirinha ou mesmo deixar a sua vontade por escrito não é suficiente para você se tornar um doador de órgãos. Isso porque, hoje, no Brasil, para ser um doador de órgãos após o falecimento, é necessário que um familiar faça a autorização do procedimento.
Existem projetos em tramitação para mudar o cenário e permitir a doação em outros casos, mas, enquanto isso não acontece, é importante conversar com seus familiares sobre o tema. Para fazer a carteirinha de doação de órgãos, você pode acessar estas plataformas:
- ADOTE (Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos)
- BOS (Banco de Olhos)
- REDOME (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea)
Como funciona a Lei de Doação de Órgãos?
A Lei nº 9.434 é a responsável por abordar a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. É preciso ressaltar que ela proíbe a compra e venda de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano – um dos receios comuns que levam algumas pessoas a recusarem a doação.
Dia Nacional da Doação de Órgãos
O dia 27 de setembro é o Dia Nacional da Doação de Órgãos e tem como objetivo conscientizar a sociedade da importância de realizar a doação e de conversar com amigos e familiares sobre esse assunto.
Por isso, todos os anos, nesse período, são criadas campanhas informativas com este tema, de modo que, para fazer sua parte, basta se informar e passar os conteúdos adiante.
Importância da doação de órgãos
Conversar com as pessoas queridas sobre doação não é uma das maneiras mais populares de passar o tempo. Acontece que, para a maior parte das pessoas, pensar sobre fatalidades é um problema.
No entanto, a situação costuma mudar quando o oposto acontece. Não é fácil lidar com um ente querido que está na fila de doação de órgãos, nem quando essa situação ocorre com você. Estima-se que mais de 53 mil pessoas estejam à espera de um transplante de órgãos.
Já pensou se a sua vida dependesse dessa fila?
Confira também “Doação de medula óssea e de órgãos: o que você precisa saber sobre o tema”.