O suicídio é um problema de saúde pública em todo mundo. Para se ter uma ideia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais pessoas morrem por suicídio do que HIV, malária, homicídio e câncer de mama. Além disso, entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta causa de morte mais comum, depois apenas dos acidentes no trânsito, da tuberculose e da violência interpessoal.

Mas quais são as causas? O que leva a esse ato e como enfrentar o problema? Infelizmente, o suicídio é um tema complexo e multifatorial, mas ele também é considerado evitável por meio de estratégias de prevenção. Por isso, nós reunimos algumas informações importantes sobre o tema. Confira!

Quais são as causas dos suicídios

É muito importante ressaltar que não existe uma causa específica para o suicídio. Ele é multifatorial, ou seja, diversos aspectos podem levar a essas ações, inclusive entre os jovens. Na adolescência, os jovens estão compreendendo mais sobre si e sobre o mundo e precisam encontrar estratégias para lidar com os problemas.

Por vezes, fatores como violência, falta de cuidado, maus tratos, assédio sexual, agressões físicas e psicológicas, além de uso de álcool e drogas, falta de perspectiva de trabalho, autonomia e conflitos em torno da identidade sexual são alguns dos fatores que tornam esse público mais vulnerável.

Também é importante ressaltar que, entre os jovens, 96,8% dos casos estão relacionados a transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar e ansiedade. Porém, a OMS afirma que o suicídio tem prevenção em 90% dos casos.

Suicídio entre jovens brasileiros: como enfrentar esse problema

Provavelmente você deve estar se perguntando: afinal, o que posso fazer a respeito? Na realidade, não existe um conjunto de procedimento universalmente aceito para lidar com pessoas com comportamentos suicidas.

Porém, já se sabe que os indivíduos têm diversas necessidades que podem ir desde informações, até aconselhamento e medicação. Por isso, são realizadas combinações de intervenções que podem incluir avaliação médica, envolvimento familiar, aconselhamento, tratamento farmacológico e internamento clínico.

Fatores de proteção

Alguns fatores de proteção que reduzem o risco de suicídio são:

  • Envolvimento na comunidade
  • Apoio da família, amigos e relacionamentos significativos
  • Integração social
  • Crenças religiosas, culturais e étnicas
  • Acesso a serviços e cuidados de saúde mental

Tais fatores não eliminam os riscos, mas podem ajudar a equilibrar as dificuldades das circunstâncias que estejam causando o sofrimento.

Sinais de alerta

Alguns comportamentos são como alertas que podem indicar a necessidade de um acompanhamento maior do jovem. São eles:

  • Expressão de ideias ou intenções suicidas
  • Diminuição ou ausência de autocuidado
  • Mudanças na alimentação e nos hábitos de sono
  • Uso abusivo de drogas e álcool
  • Alterações de humor
  • Isolamento da família e amigos
  • Redução do rendimento escolar
  • Autoagressão

Ao contrário do que muitos pensam, as pessoas que que ameaçam se matar não estão tentando chamar atenção e a maioria das que tenta o suicídio fala ou dá sinais sobre as ideias de morte.

Trate com seriedade o que é dito e aja com respeito e empatia, mostrando que se importa e deseja ajudar. Não julgue e certifique-se que a criança ou adolescente entenda que se ela estiver em risco, a confidencialidade não poderá ser mantida.

Se você for o responsável pela criança, busque ajuda profissional.  Se for um profissional da educação ou colega, informe aos pais/responsáveis. Caso exista motivos para que isso não possa ser feito, como violência familiar, entre em contato com os órgãos de proteção dos direitos da criança e do adolescente (Conselho Tutelar, Ministério Público e Segurança Pública).

Esclareça para o jovem o motivo do encaminhamento e deixe claro que isso não significa que está deixando o problema de lado. Mantenha contato e acompanhe a criança/adolescente depois do encaminhamento.

Canais importantes

Se você está com ideias suicidas, pode receber apoio no Centro de Valorização da Vida (CVV) por chat, e-mail, presencialmente ou no número 188. A ligação é gratuita e sigilosa e o serviço funciona 24 horas por dia.

Além disso, também tem o Pode Falar, um canal de ajuda em saúde mental para pessoas de 13 a 24 anos. Também é confidencial e gratuito.

E, agora que você já entendeu mais sobre o tema “suicídio entre os jovens”, conheça nossa campanha “O suicídio nem sempre tá na cara” e saiba mais:

Fontes:

https://suicidology.org/reporting-recommendations/

https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/183291/OMS-Manual-de-preven%C3%A7%C3%A3o-do-suic%C3%ADdio-para-conselheiros.pdf/809e493d-291f-f716-2a61-e7135ddb3b40?t=1648938692609

https://www.who.int/publications/i/item/9789240026629

https://www.scielo.br/j/se/a/rLfXhwgd7qgpBzMSrjwFXmj/?lang=pt

https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2021-uma-em-cada-100-mortes-ocorre-por-suicidio-revelam-estatisticas-da-oms

https://saude.rs.gov.br/upload/arquivos/carga20190837/26173730-guia-intersetorial-de-prevencao-do-comportamento-suicida-em-criancas-e-adolescentes-2019.pdf

https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/1152/0

https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-analisa-o-perfil-do-comportamento-suicida-entre-jovens