Ao contrário do que se pensa, nem toda perda auditiva é igual. Logo, os principais tipos de surdez podem ser diferenciados pelo local da lesão no sistema auditivo. Além disso, os níveis dessas lesões também podem variar.

Quando a surdez é de nascença, ela é chamada de surdez congênita, podendo ser causada tanto por doenças durante a gravidez, como a rubéola ou a toxoplasmose, por exemplo, quanto por algum problema no parto ou até mesmo de herança genética.

Já a surdez que ocorre em outras fases da vida é chamada de surdez adquirida, podendo ser causada por otite aguda ou exposição contínua a ruídos muito altos, por exemplo – e, por falar nestes, descubra, em decibéis, quais ruídos prejudicam mais a sua audição. Conheça a seguir os principais tipos de surdez e suas características.

Tipo 1: surdez por condução

A surdez por condução acontece no ouvido externo e/ou médio, que tem como função conduzir o som até o ouvido interno. Nesse caso, o som nem chega ao ouvido interno. Esse é o tipo mais comum de deficiência auditiva e pode ser temporário ou permanente.

As doenças infecciosas ou o acúmulo de cera são as principais causas desse tipo de surdez. Entretanto, quando há um bom diagnóstico do problema e um tratamento adequado, o paciente tem grandes chances de recuperar a audição por completo.

Mas nem sempre essa condição é reversível: a principal causa de surdez permanente por condução é a perfuração do tímpano, um dano irreversível à audição.

Tipo 2: surdez neurossensorial

Nosso ouvido é formado por diversas células nervosas e são elas as responsáveis por transmitir ao cérebro as mensagens sonoras que chegam ao ouvido interno. A surdez neurossensorial ocorre quando há uma lesão nesta camada, impedindo que essas células levem o estímulo do som até o cérebro.

Esse tipo de surdez é considerado relativamente natural com o avanço da idade do paciente. E é por isso que pessoas idosas tendem a sentir mais dificuldades auditivas que as jovens. Entretanto, há pessoas que acabam perdendo mais células que o esperado ainda na juventude. Isso normalmente acontece com indivíduos que se expõem a sons e ruídos altos de forma contínua. Daí, a importância de usar protetores auditivos no trabalho quando o ambiente é exageradamente ruidoso, por exemplo.

Algumas doenças, como a caxumba e a meningite, por exemplo, também podem afetar essas células, bem como o uso de determinados medicamentos ou mesmo fatores de origem genética.

Tipo 3: surdez mista

A surdez mista, como antecipa o nome, é a combinação das duas lesões anteriores, como se elas ocorressem simultaneamente. Ou seja, ela acontece quando há uma lesão tanto no ouvido externo e/ou médio quanto no ouvido interno.

As principais causas desse tipo de surdez são, basicamente, as mesmas relacionadas aos dois tipos explicados acima: medicamentos, infecções no ouvido, perfurações do tímpano, entre outras. Por isso, muitas vezes, pode ser um pouco mais difícil identificar a raiz exata do problema.

Porém, após o diagnóstico correto da lesão por um profissional especializado, algumas opções de tratamento são indicadas, como a utilização de medicamentos, as intervenções cirúrgicas e o uso de aparelho auditivo.

Tipo 4: surdez central

A surdez central é causada por variações na compreensão da informação sonora. E por envolver todo o processamento, interpretação dos sons e a capacidade mental do paciente, é o caso mais complexo de perda auditiva, já que pode ser que a causa do problema não esteja propriamente no ouvido ou em uma de suas estruturas.

As dificuldades se associam, além do déficit auditivo, a outras habilidades intelectuais, como saber diferenciar os tipos de sons e o que eles representam no cotidiano das pessoas. Devido à amplitude do problema, as causas podem ser as mais variadas possíveis e o tratamento, mais uma vez, varia de acordo com a raiz da perda de audição. Daí a necessidade de um diagnóstico correto e preciso.

Os graus de surdez

Além das diferenças entre as lesões, os graus de surdez também podem variar. Isso porque existe uma distância entre “não ouvir nada” e ter dificuldades para identificar sons mais baixos. De acordo com o grau, a surdez pode se classificar em:

Grau leve

A pessoa sente dificuldade para identificar algumas vogais e consoantes e, muitas vezes, não consegue ouvir o tique-taque do relógio, por exemplo.

Grau moderado

A fala em tom normal já não pode ser identificada. O paciente ouve apenas alguns ruídos mais altos, como o choro de uma criança ou o liquidificador ligado.

Grau severo

Nesse caso, o paciente já não ouve mais a fala humana. Muitas vezes, ele nem sequer consegue captar o toque do telefone, ainda que o aparelho esteja em volume máximo.

Grau profundo

Ocorre quando o paciente vive praticamente em profundo silêncio. Algumas vezes, sons muito altos, como um helicóptero funcionando, podem ser identificados. Quando congênita, essa condição pode comprometer seriamente o desenvolvimento da fala da criança.

Em caso de dificuldade, busque ajuda!

Compreender os tipos de surdez e os graus que ela pode atingir é importante para garantir o tratamento certo para cada paciente. Por isso, em caso de qualquer dificuldade auditiva, procure um otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo para identificar o tipo de surdez e encaminhá-lo para o tratamento adequado.