Você sabia que existem vários tipos de diabetes? No geral, o Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome caracterizada pela falta de insulina ou a incapacidade dessa insulina exercer sua função no organismo, prejudicando a metabolização da glicose e causando altas taxas de açúcar no sangue. Como consequência, surgem efeitos nocivos ao organismo.

No entanto, ela é classificada por diferentes tipos e conhecê-los pode ajudar a entender melhor como ela ocorre, sendo possível prevení-la ou controlá-la com o devido tratamento. Continue a leitura do artigo e entenda melhor!

Entenda como ocorre o diabetes

Antes de explicarmos os diferentes tipos de diabetes, é importante que você entenda como ocorre o processo de hiperglicemia (altas taxas de açúcar no sangue). Atrás do estômago, existe um órgão importante nesse processo: o pâncreas. Ele é responsável por produzir hormônios que atuam no sistema digestivo, inclusive as células beta. Quando ingerimos um alimento ou líquido, os sucos gástricos os desintegram em pequenas partes, surgindo desse processo os pequenos açúcares simples (glicose).

Em um organismo saudável, quando a glicose do sangue sobe, as células beta são responsáveis por produzir insulina e o organismo determina para onde essa glicose vai, podendo ser utilizada parar gerar energia para o corpo ou armazenada em forma de gordura. Como consequência, o nível de glicose do sangue volta ao normal.

Porém, quando existe algum problema na produção da insulina, essas altas taxas de açúcar no sangue ficam no corpo de maneira permanente, causando o diabetes e gerando diversas complicações.

Entre os problemas de saúde que o diabetes pode causar podemos citar os danos aos olhos, rins e nervos, além do aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e os derrames vasculares.

Em longo prazo, o diabetes ainda pode causar problemas na retina, no coração e no cérebro e demandar a necessidade até mesmo de amputações.

Diabetes tipo 1 (DM1)

No diabetes tipo 1, existe uma reação autoimune do organismo em que os anticorpos começam a atacar as células que produzem a insulina, destruindo-as. Com isso, existe pouca ou nenhuma produção da insulina, o que leva ao acúmulo da glicose no sangue.

Esse tipo é responsável por 5 a 10% dos casos e costuma aparecer na infância ou na adolescência, podendo ser diagnosticado também em adultos.

Por ser uma reação do próprio organismo, não existe prevenção para esse tipo de diabetes, mas existe tratamento para ajudar no controle dos valores da glicose no sangue.

Diabetes tipo 2 (DM2)

Enquanto no tipo 1 a causa está relacionada a uma reação autoimune, no tipo 2, há uma resistência à insulina ou produção insuficiente do hormônio no organismo. O diabetes tipo 2 é responsável por 90% a 95% dos casos da doença, sendo o mais comum entre todos os tipos de diabetes.

Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento desse tipo, como a predisposição genética, o excesso de peso corporal, a falta de atividade física e maus hábitos alimentares. Além disso, histórico de diabetes gestacional e certas condições de saúde, como hipertensão arterial e síndrome do ovário policístico, também aumentam a probabilidade de desenvolver a doença.

Com o acompanhamento adequado e as escolhas de estilo de vida corretas, é possível manter os níveis de glicose no sangue sob controle e reduzir o risco de desenvolver o diabetes tipo 2. Alguns dos hábitos saudáveis que podem ser adotados são:

  • manter um peso corporal saudável
  • fazer escolhas alimentares equilibradas
  • limitar o consumo de alimentos ricos em açúcar, carboidratos simples e gorduras
  • praticar atividade física regularmente
  • controlar a pressão arterial e o colesterol
  • evitar o uso de tabaco e moderar o consumo de álcool

Pré-diabetes

Embora os indicadores entre laboratórios possam variar, normalmente, define-se como níveis de glicemia normais em jejum de 70 mg/dl a 100 mg/ld. Quando eles marcam entre 100 e 125 mg/dl, é preciso estar alerta, pois pessoas com essas quantidades de glicemia são classificadas como pré-diabéticas, mas ainda existem maneiras de reverter o quadro nesse estágio.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), 50% dos pacientes nesse estágio “pré” vão desenvolver a doença, sendo necessário tomar cuidados para evitar que o problema se agrave. Além disso, o quadro de pré-diabetes já oferece riscos, sendo prejudicial para nervos e artérias, além de aumentar os riscos de infartos e derrames. Quando em conjunto com outros sintomas da chamada “síndrome metabólica”, é preciso ter uma atenção ainda maior.

Por isso, fique atento a sinais como:

  • pressão alta
  • altos níveis de LDL (mau colesterol) e triglicérides
  • baixos níveis de HDL (bom colesterol)
  • sobrepeso (principalmente em torno da cintura)

Assim como no diabetes tipo 2, a mudança de hábitos com adoção da dieta saudável e o controle de peso podem fazer toda a diferença.

Diabetes gestacional (DMG)

A gestação tem um impacto no funcionamento do organismo da mulher. A placenta conta com hormônios que afetam a ação da insulina e o pâncreas tende a aumentar a produção da insulina para compensar.

Porém, em algumas mulheres, esse processo não ocorre como deveria e existe um aumento nos níveis de glicose no sangue, caracterizado como diabetes gestacional. O diabetes gestacional é uma preocupação importante, pois pode causar complicações tanto para a mãe quanto para o bebê.

Vale ressaltar que o diabetes gestacional é um dos tipos de diabetes que pode acontecer com qualquer mulher, independentemente de ela ter ou não histórico prévio de diabetes. Entretanto, existem fatores de risco como:

  • síndrome dos ovários policísticos
  • idade materna mais avançada
  • histórico familiar de diabetes em parentes de 1º grau, de bebês grandes (mais de 4 kg) ou diabetes gestacional na mãe da gestante
  • ganho de peso excessivo durante a gestação
  • gestação múltipla (gravidez de gêmeos)
  • hipertensão arterial durante a gestação

Além disso, não é tão simples identificá-lo, uma vez que os sintomas podem ser atribuídos às mudanças causadas pela gestação. Por isso, é importante que todas as gestantes realizem exames de glicemia em jejum e o teste oral de tolerância a glicose a partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês), possibilitando o diagnóstico e o tratamento.

O tratamento inclui a prática de atividades físicas e alimentação balanceada, mas deve ser realizado de modo adequado por profissionais. Isso porque existem quantidades de nutrientes necessários em cada período da gravidez e, em alguns casos, podem ocorrer restrições de atividades físicas.

Quando tratado de maneira correta, a maioria das gestações ocorrem tranquilamente e sem prejuízo para os bebês. Seis semanas após o parto, a mãe deve realizar exames novamente para verificar se ocorreu o desenvolvimento de diabetes tipo 2 ou não.

O aleitamento materno, juntamente com as atividades físicas e dieta balanceada, podem evitar que a doença se desenvolva.

Diabetes infantil

Embora seja classificada como diabetes infantil a doença diagnosticada durante a infância e adolescência, ela não tem uma causa à parte e precisa ser classificada em um dos outros tipos de diabetes.  Ela pode ser do tipo 1 (se estiver relacionada à reação autoimune) ou do tipo 2 (quando é causada pela insuficiência de insulina ou incapacidade de reconhecimento de sua ação).

Em ambos os casos, o tratamento é realizado de modo similar ao dos adultos, podendo ser composto por injeções diárias de insulina, medicamentos, alimentação saudável e prática de exercícios regulares. Também é recomendado que seja trabalhado o psicológico, para que a criança compreenda a necessidade de tomar decisões em prol da própria saúde.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas. Este número é composto por 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças. Com o aumento de casos de obesidade infantil, também houve um aumento expressivo de crianças com diabetes tipo 2.

E o diabetes emocional?

Apesar do termo “diabetes emocional” ser bastante popular, esse tipo de diabetes não existe na medicina. Ele costuma ser usado quando o diagnóstico é feito logo após um problema emocional. No entanto, é preciso saber que problemas emocionais podem desequilibrar os níveis de açúcar no sangue, mas sozinhos não podem desencadear diabetes.

É preciso avaliar o histórico do paciente, além de seus hábitos de vida. Assim, é possível diagnosticar qual é o caso entre os tipos de diabetes reconhecidos pela medicina.

Agora que você já conheceu os tipos de diabetes, se quiser saber mais sobre sintomas, diagnóstico e tratamento de diabetes, confira nosso artigo completo sobre o tema.

Além disso, criamos uma campanha muito importante sobre a relação da alimentação e diabetes. Lá, você confere como não são somente os doces que podem causar a hiperglicemia e contribuir para o desenvolvimento ou agravamento do quadro de diabetes. Confira e saiba como é questão de tempo para virar açúcar: